2007-11-25

Carta ao Al Gore - Nobel da Paz 2007

Carta ao Senhor Al Gore

‘’NOBEL DA PAZ 2007’’


Ao mencionar o Furacão Catarina – o primeiro do Atlântico Sul, em seu oscarizado filme ‘’Uma Verdade Inconveniente’’ – nos motivou a pensar na possibilidade de um dia Vossa Senhoria vir a aceitar um convite da sociedade atingida para visitar a região, que repentinamente foi devastada com destruição e morte na noite de 28 de março de 2004, com seu epicentro precisamente em Araranguá, no Sul de Santa Catarina e do Brasil.
Tentaremos, brevemente, descrever a nossa região para que sua equipe possa avaliar esta possibilidade da sua visita quando de alguma passagem pelo Brasil, como no Congresso Nacional onde temos conhecimento de uma tentativa de trazê-lo para uma palestra sobre Aquecimento Global e Mudanças Climáticas.
Acreditamos que suas palavras poderão mudar os corações e mentes dos governantes no sentido da aplicação de políticas públicas preventivas e de adaptação.

INTRODUÇÃO
As imensas reservas de carvão mineral, mesmo de alto teor de cinzas e baixo poder calorífico no sul do país, fascinam mineradores, políticos e governantes brasileiros de uma forma intrigante, transformando-os em ferrenhos defensores do combustível fóssil mais poluente do planeta, responsável direto pelo desequilíbrio da camada de ozônio, causando o aquecimento global que resulta nas perigosas mudanças climáticas.
A região sul de Santa Catarina é considerada pelo Decreto Federal Nº. 85.206, desde 1980, como uma das mais poluídas do Brasil, causada pela famigerada atividade carbonífera, desde a brutal extração do minério fóssil até a poluente queima nas caldeiras da termelétrica Jorge Lacerda 856/MW – Tractebel / Suez em Capivari de Baixo/SC. Três bacias hidrográficas (Araranguá, Urussanga e Tubarão) estão com seus recursos hídricos comprometidos, em alguns pontos a acidez da água é tão alta que o pH chega a 3, desembocando na APA da Baleia Franca. Por onde existe mineração o solo torna-se improdutivo e a vegetação é dizimada (se considerarmos as calhas dos rios, as áreas degradadas poderão ultrapassar 30 mil hectares). Uma Reserva Biológica Estadual (Aguaí) e dois Parques Nacionais (Itaimbezinho e São Joaquim) estão comprometidos com a chuva ácida, além das milhares de toneladas de CO² lançadas na atmosfera desde a década de 60. Além do caótico cenário, existe a exploração dos trabalhadores mineiros, submetendo-os a uma espécie de escravidão ambiental, pois vivem debaixo da terra num ambiente insalubre e promíscuo, adquirindo a incurável pneumonoconiose e aposentando-se aos 15 anos de trabalho para exageradamente enriquecerem os donos das minas e morrerem pobres. Uma verdadeira injustiça ambiental!
Uma sentença judicial, no ano de 2000, condenou à recuperação ambiental, algumas mineradoras, a União pela CSN (na época estatal) e o Estado de Santa Catarina pelo órgão licenciador / fiscalizador FATMA - este estranhamente conseguiu livrar-se da sentença. O MPF e a Justiça Federal têm prorrogado o prazo através de ajuste de condutas que não acabam mais. Uma outra ação condenou a Tractebel/Suez a elaborar um novo EIA-RIMA para a usina e a indenizar todas as pessoas vitimadas de doenças pulmonares na região.
Como sociedade civil organizada, temos tentando acanhadamente mudar os corações e mentes dos que defendem a atividade carbonífera, mas sem muito sucesso, já que não temos nenhuma espécie de recurso para fortalecer a luta contra a poderosa degradação ambiental. Conseguimos mobilizar a criação dos Comitês de Bacias, chegando a ocupar a primeira presidência do Comitê do Araranguá, mas também pouco conseguimos avançar em termos práticos. Estamos envolvidos em mais de quinze missões de âmbito sócio-ambiental na região e no estado, como também integramos a redes do GT Energia e GT Clima do FBOMS. Divulgamos intensamente junto à sociedade civil, tanto urbana quanto rural, as vantagens das energias renováveis para a natureza e a qualidade de vida para a população.
Com o advento do Furacão Catarina em 2004, realizamos em parceria com a Associação de Municípios - AMESC e apoio dos Amigos da Terra, o Primeiro Encontro sobre Fenômenos Naturais, Adversidades e Mudanças Climáticas da Região do Catarina, com a presença de 700 pessoas, grande parte educadores e servidores municipais ligados ao meio ambiente. Na seqüência, com a coordenação do NatBrasil, realizamos várias oficinas temáticas para entidades dos municípios afetados pelo furacão.
Atualmente estamos lutando desesperadamente contra a instalação da USITESC 440/MW em Treviso/SC, nas encostas dos Aparados da Serra e a ameaça de mais duas usinas na região, que assustadoramente foi em toda a imensa costa do Atlântico Sul, a ''escolhida'' pelo inédito Furacão Catarina a causar pânico, destruição e mortes.
Atenciosamente
Tadeu Santos Coordenador Geral
Sócios da Natureza
ONG Fundada em 1980.
(Prêmio Fritz Muller 1985)

’’ TRABALHANDO EXCLUSIVAMENTE DE FORMA VOLUNTÁRIA
E,
SEMPRE BUSCANDO OBJETIVOS DE INTERESSE COLETIVO ’’

Av. XV de Novembro Nº. 1585, sala 01 – CEP 88900 000 – Araranguá – SC
Fone: 48 - 99850053 / 3522 1818 Fax: 3522-0709E-mail: sociosnatureza@contato.net Site em construção www.sociosdanatureza.org
Ao Ilustríssimo Deputado Décio Góes
Atuante representante da Região Sul de Santa Catarina, nossa sincera e singela contribuição a Comissão Mista de Mudanças Climáticas da Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina / ALESC e ao mesmo tempo parabenizando-o pela realização da Audiência Pública, em Criciúma, no dia 19/11/2007.





‘’A região sul de SC e seus peculiares fenômenos naturais resultantes das adversidades climáticas, que no nosso entender (embasado nos relatórios do IPCC), tem relação com o aquecimento global, que nas últimas décadas têm sido intensificados causando as perigosas mudanças climáticas desde que o homem começou a interferir brutalmente na natureza! A região comprovadamente precisa da implantação de políticas públicas com a adoção de medidas preventivas e formas de adaptação aos fenômenos que estatisticamente poderão repetir-se talvez com mais violência”










Certamente a região sul é a que mais têm sido afetada em todo o estado de SC, com a ocorrência de fenômenos naturais violentos, resultantes não apenas do aquecimento global, que diga-se teve seu início à décadas, mas de outras adversidades climatológicas e mesmo de reações que a própria natureza promove para ajustar-se. A temática é conflitante e polêmica, mas os fatos estão provando com o aumento da temperatura nos últimos 150 anos justamente com o início da queima dos combustíveis fósseis, consequentemente provocando o derretimento das geleiras no ártico e a adesão de quase toda a comunidade cientifica e da ONU. Possivelmente os pouquíssimos cientistas que contestam os milhares de cientistas do IPCC estão defendendo os interesses petrolíferos e carboníferos. A mesma teimosia também ocorre aqui na região quando os defensores do carvão argumentam que a mineração não mais polui e que a queima é limpa com emissão zero. O baixíssimo pH da água do rio Araranguá e Carvão são provas suficientes e indiscutíveis e o monitoramento das emissões de gases pela própria Tractebel é discutível e inadmissível. Como que a FATMA pode licenciar novas termelétricas a carvão se a mesma não tem capacidade tecnológica e técnicos habilitados para fiscalizar a usina existente Jorge Lacerda em Capivari de Baixo.

A ocorrência de grandes enchentes, como a de 1974 – talvez a mais violenta e dramática do Brasil com mais de 200 mortos e acima de 30 mil desabrigados. A enxurrada da noite de Natal de 1995 também foi considerada muito violenta e de características estranhas, pois depoimentos afirmam que uma imensa nuvem ao chocar-se com outra caíram inteiras sobre as encostas dos Aparados da Serra (temos fotos dos arranhões), mais precisamente sobre a localidade rural de Figueira, no município de Timbé do Sul, onde 29 pessoas perderam a vida na bacia do Rio Araranguá. Recentemente ocorreram trombadas d’água de grande intensidade em Praia Grande (e Maquiné no RS). Enquanto que na região carbonífera de Criciúma tem se registrado a ocorrência de tornados, assustadoramente o furacão Catarina escolheu a nossa região em toda a imensa costa do Atlântico Sul para causar destruição e mortes, na noite de 28 de março de 2004 (do qual fui vítima quando trafegava pela rodovia BR-101).

Em 2005 promovemos em parceria com a AMESC e apoio dos Amigos da Terra de POA o ‘’Primeiro Encontro sobre Fenômenos Naturais, Adversidades e Mudanças Climáticas’’, onde mais de 700 pessoas estiveram presentes entre educadores e funcionários municipais ligados a educação e meio ambiente, além de estudiosos e ambientalistas de 12 estados brasileiros. A proposta do NATBrasil prevaleceu com a realização de Oficinas temáticas nos municípios afetados pelo furacão Catarina, desde Torres/RS até Criciúma./SC. Uma outra proposta levada adiante foi da instalação de um sensor/bóia na costa do Atlântico Sul para captar possíveis tempestades e mesmo furacões na região, mas que ainda depende da Marinha do Brasil, já que faz parte de um projeto do Ministério do Exército. Portanto pedimos apoio do Deputado Décio Góes e da Senadora Ideli Salvatti na agilização operativa do projeto ‘’Ação Transversal – Previsão de Fenômenos Meteorológicos Extremos’’ de responsabilidade da Marinha do Brasil.

A ONG Sócios da Natureza têm de uma forma ou de outra, sempre que possível, participado de eventos ligados a temática das mudanças climáticas, tentando divulgar e alertar sobre o conflito ambiental da região e suas prejudiciais conseqüências, tanto em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis, como recentemente no Chile. Inclusive uma tentativa de viabilizar a vinda de Al Gore no Segundo Encontro projetado para 2008.

Ações e/ou interferências do homem que podem estar causando as adversidades climáticas apontadas na região sul de SC: A intensa utilização dos recursos hídricos na irrigação da rizicultura pode com a evaporação da lamina d’água influir na climatologia e a atividade carbonífera, desde a extração até a queima do carvão na usina Jorge Lacerda/856/MW, em Capivari de Baixo, ser responsável pela chuva ácida e outras interferências no clima da região, como também no desequilíbrio da camada de ozônio – causando o aquecimento global que por sua vez desencadeia as mudanças climáticas.

A Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas da ALESC está de parabéns pelas iniciativas, mas entendemos que mais ações precisam ser promovidas pelos governantes, principalmente na elaboração de políticas públicas voltadas as mudanças climáticas, no sentido de passarem a entender a dinâmica dos fenômenos e a adoção de formas de adaptação. Além disso, poder-se-ia numa tentativa diplomática aproximar o setor produtivo e a sociedade civil organizada para o diálogo, no caso em questão, as ONGs e movimentos sociais da região afetada pela poluição, tanto industrial quanto agrícola e governamental.

OBS. Uma pesquisa brasileira coloca Santa Catarina na rota dos locais mais atingidos pelas conseqüências do aquecimento global projetadas pelo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), no início do ano. Se a previsão de aumento da temperatura de 2°C a 7ºC se concretizar na Amazônia, o fluxo de umidade e, conseqüentemente, de chuvas na Bacia do Prata pode crescer 50%, o que afetaria diretamente o Estado.
O alerta é do pesquisador do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) Wagner Rodrigues Soares (DC 12/11/2007).
OBS. Expectativa sobre o documento lido pelo Presidente da ONU: "Acho que o documento vai sair nesta tarde. Depois, nenhum político poderá falar que não sabia o que está acontecendo", afirmou Han Verolme, diretor do Programa sobre Mudança Climática da organização ambiental WWF. "Esta reunião do IPCC é um marco que vai influenciar os técnicos em políticas públicas por décadas", disse ele à imprensa. O documento diz que a mudança climática é "incontestável", e que atividades feitas pelos homens, principalmente o uso de combustíveis fósseis, é "muito provavelmente" a causa dos problemas.

Atenciosamente

Tadeu Santos – Socioambientalista
Araranguá / SC, 19 de Novembro de 2007.


Sócios da Natureza
ONG Fundada em 1980.
(Prêmio Fritz Muller 1985)

’’ TRABALHANDO EXCLUSIVAMENTE DE FORMA VOLUNTÁRIA
E,
SEMPRE BUSCANDO OBJETIVOS DE INTERESSE COLETIVO ’’

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Fone: 48 - 99850053 / 3522 1818 Fax: 3522-0709 E-mail: sociosnatureza@contato.net
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O CARVÃO E
O FURACÃO CATARINA
Rascunho orientador para a palestra a ser proferida no dia 08/11/2007, no Encontro de Integração dos Povos, no Chile, a convite da Rede Brasileira de Justiça Ambiental / RBJA e da FASE/RJ/Brasil.

Tadeu Santos - Socioambientalista

Descrição resumida dos impactos e conflitos socioambientais resultantes da poluição causada pelo carvão e o depoimento de um ambientalista atingido diretamente pelo furacão Catarina – O primeiro do Atlântico Sul.



QUEM SOMOS
A Organização Não–Governamental Sócios da Natureza foi fundada em 1980, em Araranguá, sul de Santa Catarina, Brasil. A principal razão da criação da ONG foi a poluição do rio Araranguá causada pela atividade carbonífera da região de Criciúma – considerada por muitos anos a “Capital Brasileira do Carvão”. Enquanto movimento ambiental agregou 5 mil associados com carteirinha, inclusive o Papa João Paulo II, na sua primeira viagem ao Brasil, devido a ligação do movimento com a Pastoral da Ecologia. Conseguiu 35 mil assinaturas num abaixo assinado contra a poluição do carvão e recebeu o Troféu Fritz Muller – o mais significativo prêmio ambiental do Estado de SC, sendo também uma das 500 entidades indicadas para o Prêmio Global da ONU. Participamos direta e indiretamente de mais de 15 missões, destacando a mobilização pela criação do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá, no qual ocupamos a primeira presidência. Depois o Pode Legislativo do Município de Araranguá concedeu o título de Cidadão Araranguaense ao Coordenador da ONG-SN, demonstrando com a atitude o reconhecimento pelo trabalho e dedicação às causas sociais e ambientais. Uma das mais significativas conquistas dos Sócios da Natureza foi o desvio da Duplicação da Rodovia BR-101 por fora do perímetro urbano em Araranguá, apoiados pelas mais representativas entidades do município e pela missão de acompanhamento do BID – na época financiadora da obra. Inúmeras outras situações de valorização e engrandecimento da ONG-SN poderíamos descrever, desde a participação no Fórum Social Mundial/2005 até a recente participação na audiência pública promovida pelo Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, onde fomos a única ONG Barriga Verde a ser convidada pela presidência do TCE para o I Painel Referência, no sentido de contribuir com a auditoria sobre a FATMA, o órgão licenciador e fiscalizador do meio ambiente estadual.
OBS. Estamos sendo processados criminalmente em três situações judiciais porque emitimos documentos denunciando a incompetência e omissão das autoridades na defesa da natureza.

LINGUAGEM DE ONG AMBIENTALISTA
Logicamente que as ONGs tem uma linguagem diferenciada dos políticos e governantes, até mesmo da sociedade, principalmente se as mesmas são totalmente independentes de poderes governamentais ou privados. Esta liberdade de expressão tem causado processos judiciais contra nós, como cidadãos, que temos que responder judicialmente contratando advogados com recursos próprios. Ao mesmo tempo em que a mídia dificilmente divulga nossas denúncias, até porque não temos recursos financeiros para bancar publicações (como fazem os carboníferos), e neste ponto nos tornamos impotentes, pois sem recursos financeiros torna-se tudo muito difícil e de certa forma até enfraquece algumas ações da ONG, já que o nosso trabalho é estritamente voluntário.
OBS. Até bem pouco tempo atrás éramos taxados de alarmistas, enquanto que agora é a comunidade científica mundial e a ONU que fazem os alertas ambientais em relação aos impactos que o desenvolvimento desordenado provoca na natureza.

SITUAÇÃO / LOCALIZAÇÃO
A Região Sul de SC é considerada uma das 14 mais poluídas do Brasil de acordo com o Decreto Federal Nº. 85.206 de 1980, devido a brutal agressão causada pela extração, beneficiamento e queima do carvão mineral iniciada no início do século XX, acentuando-se após a II Guerra Mundial com a destinação do minério para a siderurgia na Companhia Siderúrgica Nacional CSN/RJ e a partir da década de 60 para a geração de energia elétrica na usina Jorge Lacerda 856/MW, em Capivari de Baixo/SC.

A FAMIGERADA ATIVIDADE CARBONÍFERA
A atividade carbonífera não é apenas maligna aos recursos naturais, com o comprometimento dos recursos hídricos de três bacias hidrográficas (Araranguá, Urussanga e Tubarão), onde coleta-se água com pH 3, quando a água potável é de 7, além do comprometimento do solo na extração misturando-o com resíduos piritosos e tornado-o improdutivo, com a devastação da flora e fauna, enfim do comprometimento ambiental de toda a biodiversidade regional. A atividade carbonífera é maligna também com os trabalhadores mineiros que se sujeitam a ficar debaixo da terra, muito além dos indesejáveis sete palmos, num ambiente escuro, promíscuo e insalubre, adquirindo a incurável doença do pulmão negro, denominada de Pneumonoconiose, isto com o reconhecimento oficial do estado que lhe dá aposentadoria com 15 anos, uma espécie de escravidão ambiental que arranha violentamente os Direitos Humanos. Além do prejuízo ecológico que comprovadamente a atividade causa aos recursos hídricos, retira a possibilidade de famílias ribeirinhas utilizarem-se da pesca para complementarem a escassa ceia alimentar.

OS PODEROSOS SENHORES DO CARVÃO
As mineradoras do sul de SC são definitivamente exemplos de indústrias que praticam a mais valia obtendo lucros estrondosos com a exploração do homem e do minério, pois seus proprietários criaram poderosos grupos empresariais, adquirindo inclusive órgãos da mídia de âmbito regional e estadual para controlar as informações contrárias aos interesses do setor. Os exageradamente ricos senhores do carvão ameaçam instalar mais usinas a carvão na região, insistindo no projeto da USITESC 440/MW em Treviso/SC, no ante-projeto do Maracajá 375/MW e recentemente o Governador do Estado de Santa Catarina anunciou um outro projeto utilizando o sistema de gaseificação. O lobby do setor domina a classe política regional e estadual, com representantes, defensores ou mesmo simpatizantes nas Administrações Municipais, Assembléia Legislativa, Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Com a aproximação da política governamental conseguem subsídios, isenção de impostos e benefícios ao carvão, mais que qualquer outro setor produtivo.

O CONDENADO CARVÃO AINDA RESISTE
Uma Ação Civil Pública iniciada pelo MPF, em 1993, em Florianópolis, resultou numa sentença judicial, em 2000, condenando a recuperação ambiental várias mineradoras, a União via CSN na época estatal (hoje privatizada) e o Estado de Santa Catarina via FATMA, pela omissão, mas inexplicavelmente conseguiu sair da condenação. Uma outra ação condenou a usina Jorge Lacerda Tractebel/Suez a indenizar todas as pessoas com problemas pulmonares no município de Capivari de Baixo e a elaboração de um outro EIA-RIMA. Apesar de tudo, pouco reverteu em benefício da natureza, o rio Araranguá e Urussanga continuam com baixíssimos índices de acidez, um flagrante e óbvio crime ambiental. A multinacional Tractebel/Suez continua a emitir gases venenosos e de efeito estufa dia e noite sem parar com seus 856 MW, comprometendo a biodiversidade da região num raio/distância de até 300KM, atingindo dois Parques Nacionais (Itaimbezinho/RS/SC e São Joaquim/SC), uma Reserva Biológica Estadual (Aguaí) SC e a APA da Baleia Franca, além é claro da incontrolada emissão de CO² na atmosfera, contribuindo com o aquecimento global e resultando num assustador e perigoso desequilíbrio da climatologia da terra. Portanto, queiram ou não, a queima de carvão mineral ainda é uma das mais comprovadas causas do atual desequilíbrio da camada de ozônio.

A RESISTÊNCIA A PERMANENTE AMEAÇA
A resistência contra a poluição do carvão é incessante, já que o setor carbonífero não desistirá facilmente das imensas reservas do combustível fóssil no sul de SC (com reservas previstas para mais 100 anos). A partir do final da década de 90, passamos a aproximar-se das comunidades rurais onde as mineradoras anunciavam a instalação de minas, participando ativamente nas audiências públicas e outras atividades ligadas às questões sócio-ambientais, criando uma espécie de parceria contra os gananciosos e exageradamente ricos donos de minas. Destacamos a histórica resistência comunitária agrícola do Morro Estevão e Albino, em 1997, em Criciúma, onde numa violenta sessão na Câmara de Vereadores foi proibida a mineração na APP e a heróica resistência na localidade rural de Santa Cruz, no município de Içara, onde está correndo processo judicial no Pleno do TJ do estado de SC. Através da internet, nos comunicamos com outras ONGs e redes, denunciamos e repassamos informações à mídia. Este meio de comunicação tem sido nosso aliado contra a poluição não só do carvão, como também de outras questões.

OUTRAS AGRESSÕES
Além do carvão, do lixo, do esgoto, a rizicultura detonou com a Mata Atlântica entre o Oceano e a Serra Geral (100 mil hectares), as matas ciliares e as nascentes da planície, desfigurando junto com as áreas degradadas do carvão (6 mil hectares), totalmente o verde na região – um claro início de desertificação, basta verificar nas imagens de satélite do Google Earth. Como a rizicultura necessita de uma imensa quantidade de água para irrigação, o Estado com recursos do Pró-Água da ANA e com a política do Ministério da Integração que usa recursos do Banco Mundial, está tentando aprovar o projeto da Barragem do Rio do Salto em Timbé do Sul, como forma de resolver o problema dos rizicultores, mas complicando a vida de agricultores que terão que deixar suas terras para o reservatório de 60 milhões, mais uma injustiça social e ambiental no sul de SC.

O INÉDITO FURACÃO CATARINA
O inédito e inesperado furacão Catarina, provavelmente formado a partir do aquecimento das águas do Atlântico Sul, ‘’escolheu’’ justamente a região sul de SC como epicentro em toda a imensa costa do Atlântico Sul para destruir e causar medo na população. (Seria uma vingança do Deus Eólo?). Registra-se que a região Sul de SC é detentora das enchentes mais violentas do país, a de 1974 causou a maior tragédia do Brasil, com o maior número de vitimas (mais de 200 pessoas e 60 mil desabrigados), a da noite do natal de 1995, 29 pessoas foram arrastadas para a morte com a violência das águas de uma super-nuvem que caiu inteira nas encostas dos Aparados da Serra (conforme fotos em anexo), na localidade chamada de Figueira no município de Timbé do Sul / SC. Na região também ocorrem ciclones e tornados, principalmente em Criciúma.

O MEDO E O PÂNICO NA NOITE DO CATARINA (Depoimento).
No início da madrugada de 28 de Março de 2004, apesar do alerta em cadeia de rádio e televisão no período da manhã pelo Governador do Estado, poucas pessoas deram atenção ao comunicado que alertava sobre a ocorrência de uma forte tempestade na região. Apesar de me considerar ambientalista e uma pessoa bem informada, não levei muito a sério o alerta, afinal sempre convivi normalmente às enchentes que ocorriam na região. Mesmo não tendo dado atenção ao comunicado, fui a Criciúma – capital do carvão, assistir a uma formatura. Procurei voltar para casa mais cedo e determinei que sairia do evento precisamente as 24:00 hs, mas não obedeci o acordo e só saí as 00:15 hs. O atraso de 15 minutos determinou a minha enrascada ambiental, pois ao chegar à rodovia BR-101 senti que não era apenas uma tempestade violenta como tantas outras que havia presenciado ao longo da minha vida, as milhares de folhas de árvores na pista deram o sinal do que estava por vir, quanto mais me aproximava de Araranguá, mais folhas e galhos de árvores invadiam a pista da rodovia federal e pouquíssimos veículos transitavam. Quando estava para chegar na divisa entre Maracajá e Araranguá, bem na reserva de Mata Atlântica localizada ao lado pista da rodovia, tive que começar a desviar de troncos de árvores no meio da pista, foi quando também a tempestade começou a aumentar de forma assustadora, com ventos de 200KM/hora jogando pingos d”água com violência nunca vista em toda minha vida. Apavorado liguei para minha esposa para saber como ela estava, quando respondeu chorando que não sabia mais o que fazer já que havia quebrado o vidro da porta da sala, que estava preocupada com os filhos em Florianópolis, com os seus gatos que haviam sumido, com o meu coração que havia enfartado um ano antes e com os parentes... Tentei sair do carro porque um caminhão estava atravessado na pista, balbuciei algo com o motorista que estava na pista quando entendi que o mesmo estava dando sinais que era para eu voltar, o que fiz o mesmo quando vi uma Van atrás tentando sair do meio de uma galhada de árvores. Quando estava manobrando para voltar, uma árvore caiu na pista e entrei na galhada quebrando o farol, espelho e para-brisa, tornando complicada a direção do veículo. Isto já era 00:45 hrs e então consegui manobrar o carro e voltar para próximo de um posto de combustível em Maracajá. Depois de algum tempo fui até o posto para tentar ligar para minha esposa, já que o celular não tinha mais bateria, como sempre acontece nos filmes, e para minha surpresa alguém gritou que era para tirar os carros pois o telhado estava para cair e de fato caiu, claro que a tempo de retirar o veículo. Por volta das 01:30 hrs a tempestade parou e houve uma certa vibração para quem ainda estava no posto, foi quando consegui ligar do escritório pra minha esposa que já estava mais calma, pois havia conseguido contactar com os filhos e parentes. Não sei precisar exatamente quanto, mas acho que a calmaria durou 30 minutos e voltou com mais intensidade, só que o que já tinha que cair já tinha caído. A interrupção da pista causou transtornos de quase 60 KM e só foi desobstruída por volta das 11: 00 da manhã, quando finalmente consegui chegar em casa.
Lembro que escrevi na época um texto onde imaginava uma situação de intensa dramaticidade semelhante se acometesse a todos os gananciosos degradadores ambientais, como uma forma de fazer com que no mínimo refletissem profundamente sobre o mal que causam provocando a natureza.

AS AUSENTES E DISTANTES POLITICAS PÚBLICAS
A ausência de políticas públicas, tanto do Estado quanto da União, voltadas à preservação ambiental com objetivos definidos de reduzir os impactos dos fenômenos naturais, das adversidades e mudanças climáticas, mostra o descaso dos governantes para com a segurança da população, principalmente dos ditos excluídos ambientais que vivem em ambientes vulneráveis aos impactos causados pela violência da natureza. É preciso urgentemente à adoção de medidas preventivas e de adaptação a qualquer fenômeno natural, desde a violência das enchentes, que no natal de 1995 vitimou 29 pessoas resultante de uma nuvem que caiu inteira nas encostas dos Aparados da Serra, dos tornados em Criciúma e de possíveis outros furacões, afinal estatísticas demonstram que aonde houve a ocorrência de um, outros vieram atrás, e isso é assustador, principalmente para quem sofreu o pânico e teve prejuízos materiais.

O PROTOCOLO DE KIOTO, A AGENDA 21 E O ART 225 DA CB.
A utilização do carvão mineral – o combustível fóssil mais poluente do planeta contraria frontalmente com as diretrizes do Protocolo de Kioto e os princípios da Agenda 21, que carinhosamente propõem a utilização dos recursos naturais de forma que não comprometa o direito e a sobrevivência das futuras gerações. Então por que não deixarmos esta potencial reserva natural para as futuras gerações utilizarem numa emergência ou quando descobrirem forma honestas de exploração e queima do carvão? A ganância do lucro achará um absurdo esta proposta, como achará qualquer outra que contrarie os interesses do mercado e do dinheiro a qualquer custo.

A SOCIEDADE CIVIL E A DIFICIL ADAPTAÇÃO
Em 2005 realizamos o Primeiro Encontro sobre Fenômenos Naturais, Adversidades e Mudanças Climáticas na região do Furacão Catarina, em Araranguá, onde registramos a presença de 700 pessoas ligadas principalmente à rede de educação da área afetada pelo furacão. Uma das propostas resultantes do encontro foi da colocação de um sensor/bóia no Atlântico Sul para ‘’cuidar’’ de possíveis furacões e/ou qualquer tempestade, no qual a Marinha do Brasil está estudando a possibilidade através de um projeto denominado de Ação Transversal – Previsão de Fenômenos Meteorológicos Extremos’’. Com a coordenação dos Amigos da Terra de POA, realizamos oficinas temáticas de adaptação nos principais municípios afetados pela violência do furacão Catarina.
OBS. A falta de recursos impossibilitou a realização do Segundo Encontro, resultado da falta de consciência dos governantes locais que não acreditam e não investem em prevenção.

ENERGIAS RENOVÁVEIS
O mundo inteiro aponta as energias renováveis como a melhor solução para o planeta Terra. O Brasil tem potencial eólico e solar a curto prazo, desde que o governo adote políticas para tal, com incentivos e subsídios, como também pode investir nas pequenas hidrelétricas PCH e mesmo na biomassa. Próximo a região já existem eólicas em atividade como a de Osório/RS e de Bom Jardim da Serra/SC, além de um projeto para Laguna/SC.

A PROPOSTA
Só existe uma alternativa: Sugerimos a paralisação gradual do uso do carvão mineral na geração de energia e a transferência dos subsídios, isenções e benefícios aos projetos de investimento que aportem energias renováveis de comprovada eficiência e sustentabilidade ambiental, como a eólica, solar e biomassa.

A SOLUÇÃO
Dentro deste caótico cenário no Sul de Santa Catarina encontram-se injustiças sociais e ambientais de aparente difícil solução, na qual acreditamos que a implantação de programas de educação ambiental acompanhados de propostas transparentes, sérias e de profunda abrangência, poderão num médio prazo criar possibilidades de mudança nos corações e mentes dos poderosos industriais, políticos, governantes e mesmo da população, que anda ocupadíssima com a sua sobrevivência!


Araranguá SC, 01 de Novembro de 2007.


Sócios da Natureza
ONG fundada em 1980 para defender o Rio Araranguá da poluição do carvão e uma melhor qualidade de vida para a região sul de Santa Catarina, de forma transparente e comprovadamente voluntária.


socionatureza@contato.net

Telefone: (48) 35221818 / 99850053
Araranguá - Santa Catarina - Brasil



Socioambiental
Data 14/11/2007


USINA A CARVÃO – ‘’NA CONTRA-MÃO DA HISTÓRIA’’
O setor carbonífero do sul de SC poderá num breve espaço de tempo viabilizar mais uma ou duas usinas a carvão, contrariando o protocolo de Kioto, as recomendações das Conferências de Meio Ambiente (CNMA), as diretrizes do Estatuto da Cidade (10.257/2002), da Agenda 21, a Lei de Crimes Ambientais 9.605/98 e o Artigo 225 da Constituição Brasileira. Os técnicos do IPAT/UNESC apresentaram na audiência pública ocorrida no dia 10/11/07 (em Treviso/SC pela terceira vez, porque não em Criciúma ou Araranguá, já que o impacto e contaminação é comprovadamente regional?), um parecer favorável à queima do combustível fóssil mais poluente do planeta, ao mesmo tempo em que os empreendedores afirmam ser a USITESC/440MW uma nova maravilha tecnológica verde que não polui, porque possui queima limpa e emissão zero, enfim uma beleza! Que a FATMA emitirá a licença para a USITESC habilitar-se urgentemente no rendoso leilão da ANEL, que após a instalação da usina termelétrica, o município de Treviso tornar-se-á uma referência de ‘’desenvolvimento’’ a exemplo de Capivari de Baixo/SC, que acolhe a condenada multinacional Jorge Lacerda/856MW, com uma baixíssima qualidade de vida e atmosfera totalmente comprometida!
CUMBRE POR LA INTEGRACIÓN DE LOS PUEBLOS
A Cúpula alternativa ocorrida no Chile é uma versão paralela a oficial existente entre governantes dos paÍses Íberoamericanos, uma espécie de FSM mais localizada. Poderia ser maior, mais organizada e com infra-estrutura mais adequada, mas com certeza esbarram na falta de recursos. Percebe-se uma predominância das mulheres no comando e um certo excesso de radicalismo nas idéias e posições políticas adotadas, enquanto que mais nos impressionou foram as feições e politização das mulheres campesinas do Chile, Bolívia e Peru, engajadas nas injustiças sociais e nas mudanças climáticas que interferem negativamente na biodiversidade de suas comunidades rurais.
Apesar de ser convidado palestrante, conflitei com algumas líderes coordenadoras do evento porque não concordaram com algumas colocações, como também não concordei com as críticas das mesmas ao Al Gore, porque também acho que todos somos um pouco culpados pelas mudanças climáticas e porque afirmei existir omissão nas mulheres independentemente da opressão que os homens exercem sobre as mesmas (ou até vice-versa!), mas enfim, é esta diversidade de conceitos que abrilhantam a democracia, daí haver aprendido muito com outras culturas e raças. No entanto, quanto às fontes energéticas e ao desordenado uso da terra e da água, o posicionamento é o mesmo. A Monsanto e a Cargill são emblemáticas não só para a agricultura brasileira, mas para toda a América Latina, a monocultura da soja e da cana de açúcar para o álcool também foram duramente criticadas, por tornarem o solo improdutível e pelo trabalho escravo dos peões dos canaviais.
OBS. Santiago, uma metrópole organizada, limpa e segura, com uma rica arquitetura colonial e muitos monumentos, largas avenidas e enormes parques urbanos, além da visualização das cordilheiras e do rio Mapocho incrivelmente correntoso atravessando a cidade. A visão do vôo sobre as cordilheiras é inesquecível e indescritível. O negativo urbano são as buzinas, por qualquer motivo buzinam. Percebemos também muitos cães aparentemente de rua, mas visivelmente saudáveis nas praças e nos parques públicos.
CALÇADÃO DE ARARANGUÁ
Pelo visto as autoridades policiais atenderam as reclamações da sociedade que utiliza o Calçadão como lazer, como também dos comerciantes e moradores em aptos, encerrando a idiota programação musical imposta todos os domingos a tarde neste espaço – que está merecendo mais atenção da administração municipal e do comércio ali estabelecido, através de um projeto de revitalização. Ocorre que domingo passado, dia 11 de novembro, tanto no calçadão quanto no perímetro central de Araranguá veículos e motos praticaram acrobacias circenses colocando em risco a segurança da população. Estudos apontam que são através destes focos de rebeldia que a violência se expande, portanto é dever das autoridades constituídas a aplicação de medidas preventivas e mesmo repressivas se necessário for. ‘’Diversão Sim, Bagunça Não!’’

INFORMATIVO Socioambiental
Data 07/11/2007


A HISTÓRIA DO DESVIO DE ARARANGUÁ.
O Desvio Duplicação da BR-101 em Araranguá – Uma significativa, inédita e histórica conquista sócio-ambiental, será relatada a princípio numa cartilha contida num projeto elaborado pela ONG Sócios da Natureza a convite da diretoria do Centro de Apoio Sócio Ambiental – CASA, uma espécie de fundação que trabalha com temas relacionados a um programa do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, denominado de ‘’Iniciativa para a Integração Regional Sul-Americana - IIRSA’’ - um plano de investimentos em infra-estrutura que pretende desenvolver e integrar as áreas de transporte e energia da América do Sul, no qual se insere a obra de Duplicação da Rodovia BR-101.
O objetivo é contar e divulgar a história do movimento Pró-Araranguá que articulou a polêmica alteração do projeto da Duplicação da BR-101, iniciado em 1998 pelos Sócios da Natureza, chegando ao total de 49 entidades representativas do Município de Araranguá; relatando o decisivo apoio da Missão do BID em 2002 (na época financiador da obra), concluindo com a resistência do empreendedor DNIT/MT em adotar a proposta da ONG-SN de um sistema de ‘’viaduto/elevado sob pilares’’ para não obstacularizar as violentas cheias do Rio Araranguá e um acesso norte ao perímetro urbano da cidade e culminando com a decisão do Tribunal de Contas da União / TCU, que indeferiu recurso impetrado por empresários com negócios situados as margens do traçado atual.

FÓRUM PARLAMENTAR CATARINENSE.
De passagem por Fpolis fomos informados que haveria uma ‘’plenária’’ do FPC no dia 29/10/07 e como havia tempo disponível fomos lá pra conhecer e sentir a dinâmica política dos parlamentares que representam o povo Barriga Verde em Brasília, no entanto assistimos apenas a breve apresentação dos convidados da administração estadual expor seus projetos, plataformas e reivindicações desde a Secretaria de Turismo, Agricultura, CELESC e CASAN, quando percebemos que pela importância histórica e democrática do evento deveria ter sido não numa pequena sala de hotel, mas no auditório da ALESC, num cordial gesto do legislativo estadual para com os nobres irmãos parlamentares federais, proporcionando com a iniciativa a rara oportunidade de a sociedade civil (seus eleitores) presenciar a performance de seus representantes na Câmara e no Senado. Democracia sem participação da população nas decisões governamentais não é democracia.

AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE O ‘’CONDENADO’’ CARVÃO.
Participamos da Audiência Pública (em 30/10/07), promovida pelo PMF e Justiça Federal no auditório da UNESC, em Criciúma, onde solicitamos: A inclusão no GTA de um representante da sociedade civil e dos Comitês de Bacias afetados pela poluição da mineração do carvão; que as calhas dos rios passem a ser consideradas áreas degradadas pela atividade carbonífera; a inclusão de mineradoras que não foram condenadas, mas que continuam a poluir criminosamente os recursos naturais, principalmente os hídricos, como o rio Araranguá que continua apresentando um baixíssimo pH, causando não só prejuízo ambiental, mas social e econômico ao município ao Araranguá, já que famílias poderiam na pesca complementar a escassa ceia alimentar.

MAL AGRADECIDOS!!!
Em nome da ONGSN, defendo com unhas e dentes a integridade dos recursos naturais do município de Araranguá e da Região Sul de Santa Catarina, divulgo regionalmente, nacionalmente (e agora até internacionalmente) nossas potencialidades ecoturísticas, ao mesmo tempo que denuncio as agressões ambientais, reivindico recursos para melhorar a qualidade de vida da população sulcatarinense, enquanto que ouso apontar os degradadores da natureza, enfim exerço cidadania com cara e coragem, mas parece que uma parcela da população não gosta! Fazer o que então? Acomodar-me, encruzar os braços! Não farei isso pois decepcionaria uma grande maioria que concordam com as nossas ações, que simpatizam com a causa ambiental, que discretamente admiram nosso trabalho, que acreditam que um outro mundo é possível!!! Viva a Liberdade, a Fraternidade e a Igualdade!


UM OLHAR Socioambiental
Tadeu Santos



ÁGUA NO LIMITE (no Oeste e no Sul de SC)
O Diário Catarinense DC publicou no dia 17/10/07, oportuna matéria com o título ÁGUA NO LIMITE, baseado no assustador diagnóstico do Plano Estadual de Recursos Hídricos, realizado pelo Governo do Estado. A publicação na terceira e quarta página do maior órgão da imprensa escrita catarinense demonstra a preocupação com o mais importante recurso natural do planeta, a água.
O esboço do editorial aponta: O Sul e o Oeste catarinenses se destacam pela qualidade da água, pior do que nas demais regiões. A situação mais crítica é a do Oeste, com comprometimento dos recursos hídricos pela poluição proveniente das criações de suínos sem sistema de tratamento de resíduos. No Sul, o problema da poluição é amplificado pela extração de carvão. Os resíduos da exploração de carvão contaminam a água com metais como o ferro, que aumentam sua acidez e impedem seu consumo. Conforme a substância presente nessa água, ela pode se acumular em órgãos como os rins e provocar várias disfunções no organismo.
Transcrevemos nossa participação na matéria: Já para o ambientalista e diretor da Ong Sócios da Natureza, Tadeu dos Santos, a melhor iniciativa para reverter o atual quadro de disputa pela água é um plano de bacias "bem elaborado" pelo comitê da bacia hidrográfica do Rio Araranguá
Se você olhar no Google Earth, a situação entre Praia Grande e Forquilhinha é tão ameaçadora quanto aquela gerada pelo carvão na Região Carbonífera. Há um processo de desertificação. As nascentes de planícies estão comprometidas e restam apenas as localizadas no Costão da Serra – constata.
Santos é contra a instalação da barragem do Rio do Salto como solução imediata. O ambientalista entende que o empreendimento beneficia os agricultores e resolve só o problema de áreas urbanas próximas (Timbé do Sul, Meleiro, Turvo, Ermo), sem atingir maior contigente populacional, como Araranguá.

PROJETO UFSC. Num evento na sede da ADESUL, no município de Turvo, na segunda passada, dia 15/10/07, técnicos da UFSC apresentaram o projeto TECNOLOGIAS SOCIAS PARA A GESTÃO DA ÁGUÁ, com patrocínio da PETROBRÁS e apoio da EPAGRI e EMBRAPA, onde a professora Eliane Scremin nos acompanhou, já que havíamos sido convidados especiais, entre outras entidades da bacia hidrográfica do rio Araranguá.

O projeto elaborado pelos técnicos da UFSC abrange outras bacias catarinenses. Na do Araranguá, o foco será a inserção de tecnologias de previsão do ciclo hidrológico, redução do consumo de água e a valorização da produção orgânica do arroz. A proposta é inovadora, se cumprida eficazmente poderá além da instalação da infra-estrutura, aproximar as pessoas na busca das melhores soluções no uso dos escassos Recursos Hídricos.
DESMATAMENTO I. A denúncia sobre a ameaça de desmatamento na Serra Velha II – localizada nas encostas dos Aparados da Serra, gerou desdobramentos inimagináveis, com a gerência da FATMA de Criciúma pedindo ao MPF medidas cabíveis contra a ONG Sócios da Natureza, apenas porque estávamos atendendo o apelo de representantes da comunidade rural na defesa da natureza.
DESMATAMENTO II. Outra ameaça de desmatamento nas encostas da Serra Geral preocupa jovens cidadãos de Lauro Muller, que coincidentemente também nos procuraram neste final de semana.
DESMATAMENTO III. Estão desmatando o Morro dos Conventos e seu entorno, não tão agressivamente como fizeram nossos antepassados no início do século, na qual ainda não existia o Código Florestal e muito menos consciência ecológica. Agora os espertinhos se utilizam do ‘’sistema formiguinha’’, inicialmente roçam a vegetação rasteira e vão derrubando uma árvore ali e outra aqui sem ninguém perceber.

Nas próximas edições falaremos sobre:
EM TEMPO DE CPI DAS ONGS QUE NÃO SÃO ONGS...
A HISTÓRIA DO DESVIO DA DUPLICAÇÃO DA BR-101 EM ARARANGUÁ.
ARARANGUAENSE PARTICIPA NO CHILE DE CÚPULA SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS E DIREITOS HUMANOS.
REUNIÃO DO MOVIMENTO PELA VIDA DEBATE AP USITESC E OUTROS TEMAS REGIONAIS.
PARTICIPAÇÃO DA ONG NO ENCONTRO NACIONAL DO FÓRUM BRASILEIRO DE ONGS E MOVIMENTOS SOCIAIS / FBOMS, EM CURITIBA
EMPRESÁRIOS CIDADÃOS DÃO EXEMPLO DE PRESERVAÇÃO EM ARARANGUÁ.
O QUE FAZ (E O QUE NÃO FAZ) O COMITÊ DE GERENCIAMENTO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ARARANGUÁ (CGBHRA).
CIDADE LIMPA É O MELHOR CARTÃO DE VISITA.
E AS ABENÇOADAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA AMESC?
POLUIÇÃO SONORA – ‘’A QUE PREJUDICA SILENCIOSAMENTE!’’


Prezada Dra. Flávia Nobrega
Procuradora da República da Região Sul de Santa Catarina






Nota de esclarecimento


Agradecemos o empenho demonstrado por Vossa Senhoria no esclarecimento junto a FATMA, que certamente tranquilizará a justa preocupação da comunidade rural da Serra Velha II, de Timbé do Sul, representados por um servidor público municipal que nos telefonou, por um cidadão comunitário que enviou e-mail e por um agricultor que nos procurou pessoalmente aqui em Araranguá (como fazem tantos e tantos outros com intensa freqüência sobre os mais variados conflitos socioambientais do município e da região).

É incompreensível a atitude do Sr. Alexandre Carniel Guimarães – Gerente de Desenvolvimento Ambiental da FATMA. A nossa denúncia/alerta distribuída na rede de internet aponta que as 1000 ha de Mata Atlântica ‘’estão ameaçadas de corte com a anuência da FATMA’’. Em momento algum foi afirmado que ‘’a supressão de vegetação está autorizada pela FATMA’’, conforme reclama e contesta o Sr. Alexandre; na verdade, esta afirmação é de sua autoria.

Enfatizamos que o desmatamento só é possível na clandestinidade ou com a anuência do órgão licenciador. A denúncia não é infundada e nem de má-fé, considerando as manifestações citadas e a comprovada extinção da Mata Atlântica na região, aliás, bem que mereceu proteção pelo art. 225 da CF/88, conforme se lê: 4º - A Floresta Amazônica Brasileira, a Mata Atlântica, a Serra o Mar, o Planalto Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma a lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.

Não agimos, ambientalistas e ONG's, de forma exagerada. Afinal, a comunidade científica e a ONU estão alertando que a tecnologia disponível está tornando o dano ambiental acessível a todos; basta uma breve verificação na foto de satélite do Google Earth para perceber o assustador índice de desmatamento entre Praia Grande e Criciúma, com o comprometimento de quase todas as nascentes da planície deste querido vale (Ver matéria DC de 17/10/07).

É notória e pública a falta de estrutura da FATMA na preservação dos recursos naturais da nossa região, enquadrada como um das 14 mais poluídas do Brasil. Nos cabe então endurecer nosso olhar a qualquer ameaça a nossa já fragilizada biodiversidade.

A maior prova desta falta de estrutura encontra-se na resposta do Coordenador Regional da FATMA, quando afirma que o protocolo de pedido de corte seletivo para as encostas da Serra Velha II encontra-se em análise em Florianópolis desde 2004. No entanto, as árvores no local já estão demarcadas e só não foram abertas estradas e picadas porque os interessados no corte, deste ecossistema em extinção, precisam de autorização dos proprietários circunvizinhos que afirmam ‘’que não permitirão o acesso se for pra cortar as arvores nativas’’.

Sobre "medidas cabíveis" que deveriam ser contra nós, conforme solicitação do Gerente da FATMA a Vossa Senhoria, temos a declarar que: Medidas cabíveis deveriam ser não contra nós que trabalhamos de forma estrita e comprovadamente voluntária em defesa da natureza, que medidas cabíveis deveriam ser tomadas não contra nós que somos independentes sem atrelamento político partidário, medidas cabíveis deveriam ser tomadas não contra nós que temos uma história de 27 anos de proteção ao meio ambiente do Sul do Estado de SC, medidas cabíveis deveriam ser tomadas não contra nós que servimos estritamente ao interesse coletivo como determinado no caput do art. 225 da CF/ 88, interesse esse que é um dever do Poder Público, justificando a existência e finalidade dos órgãos de defesa ambiental.

"Medidas cabíveis" devem ser tomadas contra àqueles que têm o dever de preservar e defender o meio ambiente e o direito da coletividade e, por muitas vezes tem que explicar porque permitiu determinado empreendimento ou atividade e, sempre alegando a velha retórica de "falta de estrutura", não desenvolvem mais nenhuma atividade (que se tenha notícia) de ação preventiva e mesmo repressiva às agressões ambientais na Região Sul de nosso Estado. Aliás, há muito tempo que não vemos mais na mídia regional ações de repressão às agressões ambientais com a rigorosa aplicação da legislação ambiental aos transgressores promovidas pela FATMA.

O que estará acontecendo com a Fundação que nos honrou com o Prêmio Fritz Muller em 1985? Mudaram seus objetivos? Parece que sim. Agora estão premiando politicamente não mais ambientalmente! Destinar o Prêmio Fritz Muller ao representante do setor que mais polui em Santa Catarina, que tornou a região uma das mais poluídas do país, com a extração, beneficiamento e queima do carvão é uma inquestionável demonstração do comprometimento da FATMA com setor produtivo em detrimento da preservação do meio ambiente. Não mais nos vangloriaremos com o título recebido, talvez até venhamos a devolvê-lo a FATMA.

A comunidade local sempre procurou a ONG Sócios da Natureza em socorro do interesse da coletividade. Isto ocorre porque eles temem represálias dos órgãos que comumente praticam ilegalidades na região. E conhecem o trabalho desenvolvido por esta entidade que não mede esforços no seu dever constitucional de defender o meio ambiente para as presentes e futuras gerações. O caso em pauta representa risco iminente de dano ao meio ambiente e ao patrimônio nacional.

Senhora Procuradora, sempre afirmamos que existem profissionais sérios e capacitados na Fundação de Amparo a Tecnologia e Meio Ambiente dos quais nutrimos muito respeito e admiração. Infelizmente, o órgão não tem cumprido seu dever institucional de proteção ao meio ambiente e aos interesses coletivos. Ele perdeu a credibilidade perante a opinião pública. As ilegalidades praticadas por este órgão são noticiadas pela mídia estadual e regional. E são objeto de inúmeras ações judiciais, como deve ser do seu conhecimento.

Nós precisamos que a FATMA cumpra seu dever, como faz o atuante Ministério Público e a Polícia Federal, por exemplo. De mãos dadas com a defesa, primordialmente, dos interesses coletivos, garantindo a todos um meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida.

Assim como no árduo e valoroso labor diário dos Procuradores da República da Comarca de Criciúma nem toda denúncia é aceita pelo Judiciário, se a preocupação da comunidade do extremo sul catarinense não encontra fundamento, nossas sinceras desculpas e profundo agradecimento pela presteza e atenção como tratou do caso.

OBS. Não há qualquer intenção pessoal de atingir o GDA da FATMA, Sr. Alexandre. É fundamental, no entanto, que ele cumpra a sua obrigação.

OBS. Senhora Procuradora, tomamos conhecimento que um órgão de imprensa ao receber nossa denúncia procurou a FATMA para desenvolver uma matéria quando foram aconselhados a não publicar nada porque poderiam incorrer de processo judicial. A informação explica a não publicação ou divulgação por nenhum órgão da mídia sul catarinense, exceto alguns sites independentes e uma nota na coluna do Adelor Lessa, fazendo a correta leitura da mensagem, conforme consta abaixo. Confessamos que isto nos preocupa e assusta!
ONG Sócios da Natureza faz eco à denúncia da comunidade rural de Timbé do Sul, de ameaça de corte, com anuência da Fatma, de aproximadamente mil hectares de Mata Atlântica nas encostas dos Aparados da Serra, mais precisamente na Serra Velha II. O local, um antigo caminho dos tropeiros, é protegido pela legislação ambiental e Código Florestal’’.


Atenciosamente

Tadeu Santos
Sócios da Natureza
Ara/SC, 18/Out/2007.

Denúncia: "MAIS DESMATAMENTO" no Sul de SC.


Comunidade rural do município de Timbé do Sul, extremo sul de Santa Catarina denuncia que aproximadamente 1.000 ha de Mata Atlântica nas encostas dos Aparados da Serra, mais precisamente na Serra Velha II, estão ameaçadas de corte com anuência da fundação criada para proteger o Meio Ambiente em nosso estado denominada de FATMA.

O local, um antigo caminho dos Tropeiros é protegido pela legislação ambiental e Código Florestal pela acentuada declividade e presença de nascentes e cursos d'água, além de remanescentes de floresta primária de encosta. É área adjacente de duas Unidades de Conservação criadas pela União: Parque Nacional dos Aparados da Serra e Parque Nacional da Serra Geral.

Ao mesmo tempo em que o órgão ambiental permite o ‘’crime ambiental’’, se cumpridas as determinações legais (como a elaboração de EIA-RIMA) e, principalmente, ser amigo de algum político ou do Governador, o pobre agricultor não pode cortar uma árvore para uso próprio e se o fizer é multado e pode até ser preso.

À pedido da comunidade rural local, que está preocupada com o comprometimento das nascentes e de toda a biodiversidade, rogamos providências e inteligência às autoridades responsáveis no sentido de impedir mais esta brutal agressão à natureza do sul de Santa Catarina.


Sócios da Natureza – ONG fundada em 1980.

Dr. Darlan Dias
Procurador da República
MPF de Criciúma/SC



Ao acompanharmos a dinâmica da política energética nacional através do GTEnergia e Clima, integrantes do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais FBOMS, - a instância máxima da comunidade ambientalista brasileira -, percebemos algumas situações que nos permitem desdobrar posicionamentos e indagações, que esperamos, venham resultar em benefícios a nossa vulnerável, impotente e desfavorável posição na luta contra a poluição ambiental do sul de SC, principalmente a carbonífera. Observando que os defensores da mineração são empresários exageradamente ricos, enquanto que nós ambientalistas somos pobres, sem recursos para bancar despesas e custos mínimos, consequentemente que resultando no nosso enfraquecimento perante a voluntária e justa causa socioambiental.

Com o anúncio da audiência pública da USITESC para o dia 08 de Novembro próximo, viemos solicitar a V.Sa. as seguintes reivindicações:
· Que a AP seja realizada em Criciúma (já que as duas anteriores foram em Treviso), como no auditório da UNESC ou teatro Elias Angeloni, por exemplo, já que os impactos ambientais são comprovadamente regionais. OBS. Numa AP da Jacuí, no qual participamos, foi realizada num auditório da PUC.
· Que o MPF encaminhe um ‘’convite’’ ao IBAMA para participar da AP da USITESC, considerando que é sobre um empreendimento que envolve compromissos energéticos de competência federal, sobretudo com a fiscalização do competente MPF e do DNPM, além de existirem dois Parques Nacionais e uma APA federal nas proximidades do empreendimento.

Considerando que:
· Que o órgão estadual FATMA não possui pessoal qualificado para analisar a complexidade das emissões de gases da usina, haja vista não disporem de equipamentos para a monitoração, ocorrendo sim uma absurda e inadmissível auto-monitoração por parte da usina Jorge Lacerda, por exemplo.
· Que o governo federal parece haver definido sua política energética, no seminário sobre mudanças climáticas, ocorrido na Câmara dos Deputados em agosto de 2007, quando o poderoso Tolmasquim - Presidente da estatal Empresa de Pesquisa Energética / EPE ameaçou que ‘’os ambientalistas serão os responsáveis pela introdução das termas a carvão na matriz energética do país, devido à dificuldade no licenciamento ambiental das hidrelétricas!’’. Temos muito receio que ainda venhamos a ‘’pagar o pato, engolindo’’ mais usinas a carvão pela articulada, insistente e justa resistência dos ambientalistas do sudeste, norte e nordeste contra as nucleares e as hiper-hidrelétricas.
· Que existem ações judiciais contra o setor carbonífero envolvendo as mineradoras e a usina Jorge Lacerda de propriedade da multinacional Tractebel / SUEZ.
· Que o pH da água do rio Araranguá e do Urussanga continuam comprovadamente abaixo de 3, provocando uma flagrante, criminosa e insustentável acidez no recurso natural mais importante para a biodiversidade.
· Que o debate hoje já não é mais só de ambientalistas e ONGs, mas da comunidade cientifica mundial e da ONU, da OMS, da OMM e até do inconveniente petroleiro e carbonífero Bush...

Pedimos encarecidamente que V.Sa. avalie nossas ponderações e considerações.


Sem mais para o momento

Atenciosamente


Tadeu Santos
Sócios da Natureza
Ara/SC. 03 de Novembro de 2007

Informativo Socioambiental
Nº 019 Data 03/10/2007.



SUJEITOS ESQUECIDOS SUJEITOS LEMBRADOS

O encanto da noite de lançamento do livro do escritor, professor e historiador Antônio José Spricigo, no Colégio Murialdo faz a gente perceber o quanto a cidade carece destes momentos de rara beleza lítero-cultural.

O livro ‘’Sujeito Esquecidos Sujeitos Lembrados’’ aborda a escravidão na freguesia do Araranguá (ou sul de Santa Catarina), resultado da sua brilhante dissertação de mestrado em História na UFSC e pelo comentário do seu colega escritor Mauricio Selau do Colégio São Bento de Criciúma, a abordagem da obra é inédita. Outra observação oportuna partiu do representante da ONG Anarquista Contra o Racismo, Ivan Ribeiro, da UNESC, que a leitura do trabalho do Spricigo revitaliza a auto-estima dos descendentes da raça negra na luta contra o preconceito racial. O prefeito Mariano não estava, mas foi bem representado pelo Diretor Cultural Vanio Coral.

Apesar do auditório do colégio estar lotado percebeu-se a ausência da comunidade negra e de ilustres figuras araranguaenses ligadas a cultura. Por outro lado a formação cultural da coletividade araranguaense deixa a desejar, com quase 60 mil habitantes, comprovadamente pouco lê, haja vista não existir uma livraria de fato, quando que no nosso país vizinho Argentina encontraríamos no mínimo duas numa cidade com a mesma população.

Preconceitos ainda existem, alguns, infelizmente ficam mais acentuados com o passar do tempo, o do racismo pode não estar incluído nesta direção, mas ainda continua nas mentes (nos corações não!) de muita gente. Acreditamos que a obra do César em muito contribuirá para a pesquisa e a própria redução do preconceito racial na região sul do Brasil. Parabéns César Spricigo – um escritor araranguaense!

OBS. Apesar de não haver herdado traços / características, mas uma das minhas bisavós era bugre, do interior de Torres, hoje Mampituba/RS, no qual sempre que falo sobre a árvore genealógica familiar orgulho-me especificadamente muito desta origem, não o fazendo o mesmo para a descendência portuguesa, por exemplo.


Recuperação e Revitalização do Açude Mané Angélica
A proposta de recuperação e revitalização do Açude Mané Angélica – importante ecossistema dentro do perímetro urbano de Araranguá, no qual foi elaborada pelos técnicos da UFSC, é um grande avanço socioambiental da administração Mariano Mazzuco. O recurso proveniente do Ministério das Cidades serviu para custear o projeto, falta, portanto a verba pra a recuperação e revitalização de fato. A principal ação consta na limpeza do açude, envolvendo uma draga, a construção de um vertedouro, com uma pista de atletismo contornando o açude e uma ponte. O estudo sugeri a iluminação do açude com a energia gerada com a queima do metano de uma usina junto a Estação de Tratamento de Esgoto -ETE, a ser implantada nas proximidades. O custo é de 800 mil reais e poderá ser reivindicado junto ao DNIT com os recursos das medidas compensatórias da duplicação ou junto ao Ministério do Meio Ambiente e/ou das Cidades.
Além de garantir a preservação do manancial hídrico de grande relevância para o município, já que é quase impossível contar com a água do rio Araranguá totalmente poluída pelo carvão, agrotóxico, lixo e resíduos industriais diversos, a revitalização do açude Mané Angélica proporcionará um equipamento de lazer urbano pra comunidade de entorno.
A proposta está boa, mas precisa ser melhorada e adequada as circunstancias locais. Sugeriremos a administração municipal a execução de uma ponte de madeira ou pênsil no meio do açude, a ampliação do reservatório até uma remanescente de Mata Atlântica abaixo do local onde funcionava o curtume e a implementação de um programa de educação ambiental com placas e cartilhas ecológicas.
O estudo da UFSC apontou uma nascente no lado sul do açude próximo à curva do desvio da duplicação, no qual será enviado ao DNIT para avaliação. Como já havíamos nos manifestado que não simpatizávamos com a acentuada curva, ficaremos torcendo para que os técnicos projetistas do DNIT alterem o projeto para o desvio adentrar ao atual traçado na altura da balança.


Olhar Socioambiental
26.09.2007



NA RAÇA E NA CORAGEM
A ONG Sócios da Natureza, criada em 1980, sediada em Araranguá, sem fins lucrativos e de trabalho estrita e comprovadamente voluntário, até agora sobrevivendo sem ajuda de recursos oficiais, diferentemente da grande maioria das ONGs que vivem de recursos provenientes de projetos ou ajuda oficial, conquistou um espaço de respeito nos corações e mentes das pessoas da região sul e quiçá do Estado de Santa Catarina, apenas com a dedicação sincera e coerente no trato das questões socioambientais, por que não dizer ‘’na raça e na coragem’’. Os dois principais jornais de Araranguá publicam semanalmente o informativo ‘’Olhar Socioambiental’’, vez ou outra as rádios da região comentam nossas colocações e denúncias, como renomados comunicadores e colunistas o fazem também. Aproximadamente 10 mil endereços da rede de internet recebem nossas mensagens ‘’por culpa’’ da abençoada socializável e democrática globalização.Vários sites publicam nossos textos e fotos do carvão e da região. Quem ainda não recebe e tem interesse em receber nossas mensagens, basta enviar um OK ao e-mail sociosnatureza@contato.net.

DO PINO DO MEIO DIA
À MEIA-NOITE VELHA - Alguns causos dos pescadores de Ilhas.
Declaro honradamente que eu e minha esposa recebemos um exemplar deste bem elaborado trabalho em forma de livro, sobre causos de Ilhas, este povo maravilhoso, humildes e simples, brabos às vezes, mas honestos em suas reivindicações. Quem nos presenteou foi a Amanda F Mota, uma das alunas pesquisadoras do curso de História da UNISUL, Campus de Araranguá. Parabéns Amanda, Jaqueline e a todos da turma. E a UNISUL também!

SUJEITOS ESQUECIDOS SUJEITOS LEMBRADOS. No dia 24 (segunda-feira) participamos do lançamento do livro ‘’SUJEITOS ESQUECIDOS SUJEITOS LEMBRADOS’’ do escritor, historiador e professor araranguaense Antônio César Spricigo. Na próxima edição falaremos sobre o raro e brilhante evento cultural ocorrido na cidade das avenidas.

‘’MOEDA VERDE’’ NO SUL DE SC ?
Dois policiais do Pelotão da Ambiental de Maracajá, sul de SC, foram estranhamente presos. Estão na cadeia! Registra-se que esta guarnição protetora do meio ambiente, da biodiversidade regional, enfim da vida, está localizada numa das 14 regiões mais poluídas do Brasil, de acordo com o Decreto Federal Nº. 85.206/80, diga-se por causa do carvão mineral. Nesta região circunstâncias inusitadas promovem a ocorrência de fatos inexplicáveis, pitorescos e absurdos, dificilmente levado ao conhecimento público pela mídia regional. Um dos mais relevantes foi a transferência do Tenente Marledo, em 2004, quando o atuante Comandante foi “retirado’’ da região porque multou uma poluente e desobediente mineradora que operava sem licença ambiental e sem autorização do DNPM. O fato gerou protestos ‘’até’’ de Procuradores da República, uma afronta à decência, a ética e a transparência promovida pelo atual governador. Outra interessante e incompreensível é o processo que movem contra mim quatro Promotores de Justiça da Comarca de Criciúma, porque questionamos a aplicação das medidas compensatórias da Barragem do rio São Bento.
Os dois policiais inicialmente foram acusados de agressão a um ‘’pescador estrangeiro’’ em Ilhas, que não atendia as normas da Colônia de Pesca e transgredia a legislação ambiental. Agora a mídia aponta uma outra versão, de que os mesmos estariam envolvidos numa ‘’cadeia produtiva’’ de facilitação de operação de atividades altamente poluentes, uma espécie de ‘’moeda verde’’ da ilha de Floripa. As investigações estão em curso. Vamos aguardar!

FILIAÇÃO PARTIDÁRIA
Não estar filiado a partido político tem as suas vantagens, mas também pode ser um fator complicador em inúmeras situações na vida de um cidadão. Quando a filiação partidária deveria configurar apenas a opção democrática do cidadão para o fortalecimento de uma ideologia e a sua legitimidade, a grande maioria o faz para vislumbrar vantagens pessoais. A mesma configuração serve para a performance de alguns cidadãos que entram para a política, depois de um determinado tempo vendem a alma ao diabo...tipo o interpretado pelo ator Sean Penn no filme ‘’A Grande Ilusão’’, filho de uma cidade interiorana dos EUA, fica reconhecido pela honestidade e bom caráter, até que passa a não cumprir com os compromissos assumidos com a coletividade, principalmente a da classe mais humilde. Este é o sistema político partidário, funciona assim no mundo inteiro, tanto nos sistemas socialistas quanto nos capitalistas. Existe possibilidade de mudar? Acreditamos que sim, porque ainda há pessoas de bem neste mundo, inclusive políticos, por isso acreditamos que um outro mundo melhor ainda é possível!

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer as injustiças, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto. Rui Barbosa.


No dia 25/04/01, uma das mais expressivas conquistas dos Sócios da Natureza, foi registrada com a liberação por parte do IBAMA, a Licença Prévia da duplicação BR101 – Trecho Palhoça/SC– Osório/RS, contemplando o ‘’contorno da zona urbana de Araranguá que dista aproximadamente 1,8 km a Oeste da pista existente, totalizando uma extensão de 5,74 km’’ denominado de ‘’Desvio pela Vida’’ do Movimento pró-Araranguá, liderado pela ONGSN.

No dia 03/07/2001, ocorreu o histórico incidente na Rádio Araranguá. Proprietário invade estúdio e literalmente ‘’expulsa’’ os convidados: Vereador Celso de Souza e o Ambientalista Tadeu Santos por estarem lendo e comentando o texto usado na panfletagem de Hercílio Luz, contra a poluição que o carvão provoca no Rio Araranguá – 03/07/2001.

No dia 16/08/2001, qdo da realização do 3° Seminário de Mobilização do pró-Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá em Maracajá, foi constatado pela Profa. Nadja Zim Alexandre da FATMA e do IPAT, juntamente com Alunos do curso de Engenharia Ambiental, o baixíssimo pH da água do Rio Mãe Luzia 2,6 e do Rio Sangão 2,9, contrastando com os rios que não são afetados pela poluição do carvão: Itoupava e Manoel Alves com a média de 7,6 unidades, concluindo com o Rio Araranguá, onde apresentou 3,1unidades... “milhões cúbicos de água imprestável”. A prova do crime está exposta, não é nenhuma manipulação, é fato. Os órgãos ambientais FATMA e IBAMA sabem, o Ministério Público Estadual e Federal tem conhecimento, a sociedade civil convive diariamente com a situação, parece que alguma coisa está “invertida , fora da ordem” ou a nova doença “normose” tomou conta de parte da coletividade, fazendo as pessoas conviverem normalmente com o errado, e não se assustam com a perigosa e progressiva contaminação.

No dia 22/08/2001, durante apresentação pública do EIA-RIMA do Projeto Habitacional da TREM/CECRISA em Araranguá, denunciamos a falta de atenção da Administração Municipal para com o mais belo Santuário Ecológico da Região e o único Balneário do Município. Alertamos a comunidade presente sobre os impactos negativos que o empreendimento causará. A questão do esgoto, da água e da alteração do sistema viário são as que mais preocupam a coletividade. A alteração dos aspectos paisagísticos é assustador.

Durante os dias 12 e 13 /09/2001, participamos do Seminário Regional Sul – Paraná – Santa Catarina – Rio Grande do Sul - Hotel Rosa do Mar- Fpolis sobre a Agenda 21. A ONG Sócios da Natureza foi uma das 19 entidades catarinenses convidadas pelo IBAMA / Brasília a participar das discussões finais da Agenda 21 Nacional. Constatamos que parte das nossas propostas apresentadas no início do ano 2001, foram incorporadas na redação final da Agenda 21 Brasileira, nas temáticas: Gestão dos Recursos Naturais, Cidades Sustentáveis e Agricultura Sustentável, está em parceria com a EPAGRI.

No dia 26/09/2001, numa iniciativa da ONG e dos Vereadores Celso e Cida com apoio da Presidência da Câmara de Vereadores, realizamos a primeira Audiência Pública sobre a ÁGUA de Araranguá. Inicialmente a Técnica do IPAT/UNESC, Nadja Zim Alexandre, fez um rápido relato da situação da água na Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá. O Técnico da CASAN, Cláudio Floriani, destacou em sua palestra, o perigo da privatização da água e do saneamento básico. O Coordenador da ONGSN, Tadeu Santos e o Tesoureiro Pedro Paulo fizeram suas colocações em cima da escassez da água provocada pela poluição do carvão, pelo uso abusivo do agrotóxico, pelo lixo e pelo esgoto jogado/lançado nos rios, como se fossem eles os coletores de tudo o que não mais interessa ao nosso consumo. O dep. Afrânio Bopré criticou a forma como o governo federal vem tratando a questão da privatização dos recursos hídricos.

No dia 03/11/2001, a pedido dos Sócios da Natureza a Assembléia da FEEC é realizada no Morro dos Conventos em Araranguá. Desde de que foi criada, é a primeira vez que acontece uma reunião da Federação em Araranguá. Produtiva, várias ONGs do Estado se fizeram presentes.
No dia 13/11/2001, participamos do Seminário promovido pela Engenharia de Materiais da UNESC - Salão Ouro Negro, com palestra do Eng. Bautista Vidal da UFB - Uma verdadeira aula de cidadania e democracia. A região é carente deste tipo de debate, onde se discute abertamente os problemas sócio – ambientais sem rodeios. Parabéns ao Curso de Engenharia de Materiais da UNESC pela iniciativa de trazer pessoas magníficas como o Prof. Vidal de Brasília. A aproximação dos representantes das industrias responsáveis pela poluição na natureza com os segmentos organizados da sociedade civil é de extrema importância para o desenvolvimento da região.

No dia 20/11/2001, a ONGSN mais uma vez liderou o grupo de trabalho e promoveu a escolha para a composição das Entidades do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá. Quatro horas de debate, uma verdadeira aula de cidadania e democracia. Ao final da assembléia, 45 entidades representativas da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá foram selecionadas e aprovadas. 20% = 09 Governamentais; 40% = 18 Sociedade Civil; 40% = 18 Usuários da água. A Composição das Entidades é a ação inicial ‘’legal’’ para discutir o futuro da ÁGUA, da Bacia Hidrográfica que infelizmente possui o titulo de ‘’a mais poluída do Brasil por resíduos peritosos do carvão’’.

No dia 20/11/2001, mais outra reunião preparatória para a Audiência Pública para o Projeto da TREM. A SOCIOAMBIENTAL discute com a comunidade e ambientalistas os pontos mais polêmicos do projeto na Salão Paroquial do MC. Sócios da Natureza apontou os principais problemas e impactos que o projeto apresentava: O destino final do esgoto através da Estação de Tratamento de Esgoto ETE; A questão do abastecimento de água; O problema do sistema viário; A questão da Restinga e do impacto paisagístico no cenário do Morro dos Conventos.

No dia 28/12/2001, participamos do seminário do pró-Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Mampituba no Município gaúcho de Mampituba.

No dia 12/12/2001 mais uma Audiência Pública em parceria com o Vereador Celso e Cida desta vez sobre Poluição Sonora.

Morro dos Conventos e seus aspectos.


Um dos mais belos ecossistemas do litoral sul do Brasil - um verdadeiro Santuário Ecológico. Situado no balneário do Município de Araranguá, exatamente entre duas capitais, Florianópolis e Porto Alegre, distante 30 KM dos magníficos Aparados da Serra e 10 KM da BR101.

A idade da sua formação rochosa é estimada em 200 milhões de anos. Alguns estudiosos afirmam que a outra sua parte quando da separação do continente, encontra-se na África, enquanto que outros acham que está no fundo mar.

A lenda diz que, quando visto pela primeira vez por navegantes, a impressão foi de terem avistado um Convento de Freiras, daí o nome, Morro dos Conventos.

Suas falésias possuem em alguns pontos altura de 100 metros e sua extensão linear alcança aproximadamente 1000 metros, grande parte revestida por vegetação nativa, orquídeas e bromélias. Na parte superior encontra-se a palmeira ....................................., espécie em extinção, encontrada somente no litoral do Paraná. Na parte inferior, encontra-se uma caverna, onde a lenda diz que, os antepassados ali se escondiam dos seus inimigos e onde também guardavam seus tesouros.
{ vez por outra alguém faz escavações a procura de tesouros }.

As dunas eólicas atingem até 40 metros de altura, mas nunca encostam nas falésias, sempre mantendo uma distância, um fenômeno interessante. Entre as dunas e a falésia existe um riquíssimo pântano onde outrora havia sido um lindo lago. { antes de explodirem a falésia, para abertura do acesso à praia }..

Entre as dunas da falésia e as dunas primárias próximas da praia, existe a restinga, vegetação fixadora de dunas e de vital importância para o ecossistema local.

Pelo lado norte está localizada a foz do Rio Araranguá que possui duas características únicas e curiosas:
· É um dos dois rios do planeta que muda de cor até duas vezes no mesmo dia, alternando entre o azul e o verde.
· A sua foz é mutável, atualmente esta andando na direção norte numa média de 100 metros por ano.

Este estuário possui o último limite austral dos manguezais da América do Sul.

Próximo a foz, está situada uma comunidade de Ilhas, habitada por pescadores e rendeiras.

Um dos passeios que provocam o visitante, é a caminhada no estreito de 4 KM entre o Mar e o Rio até o encontro dos dois, local preferido dos pescadores pela presença constante dos Botos que trazem os cardumes de peixes.

Do alto do Morro, junto ao Farol, pode-se avistar no período de julho a outubro, as Baleias Francas brincando com seus filhotes na primeira parada da sua rota migratória, haja visto haver uma placa do Projeto na parte superior próximo ao Farol.

No entorno do Morro, encontra-se também um riquíssimo complexo lagunar, formado pelas Lagoas da Serra, dos Bichos e Mãe Luzia. É através das lagoas que a Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá mantém ligação com as vizinhas Bacias do Urussanga e Mampituba.




Tadeu Santos
Ambientalista
Ara- 16/01/2002

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Original Message ----- From: "Celso Antonio Três" <tres@prsc.mpf.gov.br>To: <sociosnatureza@contato.net>Sent: Monday, August 02, 2004 6:38 PMSubject: Ação MPF - gerasul Informo que o Ministério Público Federal(MPF), através daProcuradoria da República em Tubarão, está ultimando ação civil pública queserá ajuizada contra a Gerasul(Tractebel), Ibama, Aneel e Fatma, entreoutros pedidos, requerendo seja novamente elaborado EIA/RIMA da JorgeLacerda, bem assim reparados os danos ambientais provocados. Na instrução da ação, o MPF colheu material veiculado pelos Sócios daNatureza, a quem louva-se pela estóica luta em favor do meio ambiente. Saudações, Celso Tres Procurador da República

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CARTA DENÚNCIA SOBRE A CAÓTICA SITUAÇÃO AMBIENTAL DA REGIÃO SUL DE SANTA CATARINA



QUEM SOMOS
A ’’Sócios da Natureza’’ ONG fundada em 1980, sediada no Município de Araranguá/SC, de utilidade pública e sem fins lucrativos, sempre na incessante busca pela preservação da natureza e uma melhor qualidade de vida para a região sul de Santa Catarina (Em anexo, breve histórico e resumo das principais atividades da ONGSN).

AONDE ESTAMOS
A Região Sul de Santa Catarina, desde 1980 está enquadrada pelo Decreto Federal No. 85.206, como uma das 14 áreas mais poluídas do Brasil. Em seminário sobre áreas degradadas, realizado na FURB /Blumenau/SC, os técnicos pesquisadores concluíram, que as planícies lunares da Região Carbonífera de Criciúma é a quarta área mais degradada do País. A Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá, com o baixíssimo pH 3 que apresenta em suas águas, é estatisticamente, a mais crítica do Brasil, porque também carrega em seus cursos d’água, resíduos industriais, lixo, esgoto e um dos maiores índices de agrotóxico, devido à intensa atividade da rizicultura na Região. Para completar o caótico quadro, a região é castigada periodicamente com fortes precipitações pulviométricas, que resultam em catastróficas enchentes, enfim, o cenário é insustentável, enfim, totalmente desequilibrado.

QUEM DESTRUIU
Não existem projetos sérios de recuperação ambiental para a região, pelo menos não conhecemos e se existem, não mostram resultados. O Governo Federal, praticamente nada fez até agora, quando o Decreto Federal No. 85206/80, aponta o compromisso de destinar recursos para a recuperação da região, já que uma das maiores responsáveis pela estrago à natureza, foi causado pela Companhia Siderúrgica Nacional - CSN, com a poderosa escavadeira Marion, que rasgava as outrora produtivas terras de forma espetacularmente violenta. Nas duas situações que foram remetidos recursos do FNMA/MMA para aplicar em recuperação ambiental, resultaram em rotundos fracassos.

OS ROTUNDOS FRACASSOS
O primeiro recurso federal (na ordem de dois milhões) foi repassado em 1998, através da SDM para as prefeituras da Região. O segundo recurso veio no ano 2000, também através da SDM, mas desta vez, via ajuste de condutas promovido pelo MPF de Criciúma. A convite da Procuradoria, participamos da comissão (SDM, IBAMA, FATMA, UNISUL, UNESC) que definiu a destinação do recurso, envolvendo cinco Prefeituras afetadas pela degradação ambiental. Não temos conhecimento de nenhum resultado positivo para a natureza sobre a aplicação deste recurso, a não ser as placas de alerta e educação ambiental confeccionadas pela ONG Sócios da Natureza e espalhadas por pontos estratégicos da Região. Infelizmente a metade delas, foram úteis por um breve período, até que o SIECESC interviu junto ao DNER e fomos obrigados a retirar das margens da BR-101. Outras que estavam no Município de Criciúma foram retiradas pela prefeitura a pedido da ACIC e CDL, porque citava o nome de Criciúma associado à poluição (Constava apenas a descrição do Decreto 85.206/80, citando-a como integrante de uma das 14 áreas mais poluídas do Brasil - Não podemos esconder o sol com peneira ou podemos ?)

A MAQUIAGEM
A recuperação ambiental adotada pelas mineradoras e pelas prefeituras, com a cobertura de argila sobre os rejeitos, sem nenhuma proteção, é uma descarada maquiagem, pois nada resolve, quando chove, tudo é carregado para os cursos d’água. Enquanto não executarem catacumbas de concreto impermeabilizadas, com camadas de polietileno (conforme os resíduos industriais de Cubatão), estarão jogando altíssimos recursos fora, enganando a sociedade e tapeando a Lei.

O GOVERNO ESTADUAL
O governo do Estado de Santa Catarina, diretamente responsável pela brutal agressão cometida contra a natureza pelas mineradoras, chegou a ser condenado pela Justiça Federal, por omissão na fiscalização da atividade carbonífera. O Governo Amin nada fez pela natureza degradada, pelo contrário, ajudou a poluir, pois deu toda cobertura possível as mineradoras, chegou a fornecer funcionário da FATMA para o Comitê Gestor, que apesar de ser criado através de um Decreto Federal, o Governo Estadual ajudou na sua implantação política, chegando ao absurdo de indicar como representante das ONGs, uma universidade privada, a UNESC/Criciúma/SC. (...que atualmente está elaborando o EIA-RIMA para a usina termelétrica a carvão – USITESC).

O GOVERNO FEDERAL
O Governo Federal subsidia o carvão desde 1940, cria decretos com favorecimentos a atividade carbonífera, destina recursos ao Comitê Gestor, que ele mesmo criou para contornar a sentença judicial ora assinada também contra a CSN, na época estatal. O Presidente Lula ao encontrar-se com o Bush, o dono do planeta, acenaram possibilidades de reativar o mais poluente dos combustíveis fósseis: que quando explorado causa uma brutal agressão aos recursos naturais e quando queimado emite o venenoso CO2, provocando o aquecimento da Terra.

QUEM ESTÁ PREOCUPADO
As ONGs da Região e o Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá, estão cheios de boas intenções e projetos, mas sem recursos nada podem fazer.

O QUE ESTAMOS PROPONDO
Estamos encaminhando um oficio ao Ministério Público Federal de Criciúma, solicitando a criação de uma comissão formada pela sociedade civil organizada para acompanhar as ações do Comitê Gestor. As entidades e órgãos sugeridos, são os que de uma maneira ou de outra tem envolvimento com Qualidade de Vida, Desenvolvimento e Educação. Como a UFSC, POAM, CREA, OAB, Comitê do Araranguá e Tubarão, EPAGRI, Colônia de Pescadores, Sindicato de Produtores Rurais, FATMA, SDS, FEEC e MPE e Federal, como coordenador.
O acompanhamento inclui um programa de monitoramento ambiental dos recursos naturais afetados direta ou indiretamente pela exploração, extração, beneficiamento e a queima do carvão na termelétrica Jorge Lacerda em Capivari de Baixo.

Nosso atual entendimento, é que estando nós numa das áreas mais críticas do País, devemos adotar as seguintes atitudes :
· Somente as minas que estiverem cumprindo com a legislação ambiental podem continuar suas atividades (Portanto não estamos pedindo fechamento de mina). Mas quem decidirá e fiscalizará se as mineradoras estão cumprindo a legislação ? O departamento de fiscalização e licenciamento da FATMA não funciona, PROVA DISSO É A PERMANENTE E CONTINUA CONTAMINAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS (pH 3) DA BACIA DO RIO ARARANGUÁ E DO URUSSANGA, DESDE A SUA CRIAÇÃO. Enquanto houver interferência política nos licenciamentos, a Fundação arcará com o ônus da responsabilidade perante a Sociedade Catarinense. Enquanto a fiscalização não for atuante, séria e competente, a Fundação só terá prejuízos e sua credibilidade estará comprometida.

· Todos os licenciamentos ambientais para exploração, extração e beneficiamento devem ser analisados e reavaliados por uma comissão eclética e independente.

· A Comissão poderá e deverá periodicamente visitar as instalações da usina Jorge Lacerda, solicitar dados e informações, com garantia e integridade do conteúdo da resposta.

· A Comissão deverá ter recursos para manter o programa de monitoramento dos recurso naturais, principalmente da água e do ar.

· A Comissão poderá realizar seminários educativos em parceria com colégios, prefeituras e comitês de bacias.

· A Comissão poderá produzir material de educação ambiental e alerta sobre os malefícios provocados pela mineração, lixo, esgoto e agrotóxico.

ELES NÃO DESISTEM
Para conquistar a simpatia e adesão dos legisladores federais ao projeto da queima do carvão para a produção de energia, realizaram um seminário na Câmara dos Deputados, com a fortíssima presença de representantes do Governo Norte Americano. Nunca ouvimos tanto em um só momento e local, as palavras: QUEIMA LIMPA e EMISSÃO ZERO. A coisa funciona tipo lavagem cerebral, repetidas vezes sem parar, sempre.

A FAMIGERADA USITESC
Não importando-se com as conseqüências ambientais, estão a todo vapor trabalhando para instalar mais uma termelétrica a carvão na região sul de Santa Catarina (Já existe a Jorge Lacerda com 880 MW). O projeto da USITESC 480 MW, argumentam, trabalha com o sistema de leito fluidizado, com queima limpa e emissão zero. Ainda não sabemos de onde buscarão água para ’’saciar a sede’’ da usina, se ela exigir água limpa, será muito difícil, por que a atividade carbonífera contaminou quase 80% dos recursos hídricos da região.

OBS. O Sul de Santa Catarina como o Sul do Brasil não precisa de energia, precisa sim de desenvolvimento de forma ordenada, sustentável, sem a necessidade de causar a brutal agressão à natureza que as minas causam ao retirar o que interessa e, depois a queima do combustível fóssil mais poluente do planeta.



OBS. DOC. NÃO CONCLUÍDO


Tadeu Santos
Coordenador
Araranguá/SC



Sócios da Natureza – ONG Fundada em 1980.

’’ TRABALHANDO EXCLUSIVAMENTE DE FORMA VOLUNTÁRIA
E,
SEMPRE BUSCANDO OBJETIVOS DE INTERESSE COLETIVO ’’

Filiada a FEEC
Av. Getúlio Vargas nº 227, sala 09 – CEP 88900 000 - Ed. Fronteira – Araranguá – SC Fone: ...48-99954582 / 5221818 Fax: 522-0709
E-mail: sociosnatureza@contato.net

COLUNA LESSA - DESVIO TCU

Adelor Lessa
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05/09/2007
BR-101: última pendência resolvida!
A última pendência para duplicação da BR-101 no Sul do Estado está resolvida. Não há mais risco de mudar o traçado das novas vias na passagem por Araranguá. A obra vai ser feita mesmo por fora da cidade, pelo desvio a oeste (distante cerca de dois quilômetros do trevo do hotel Becker). O último recurso para tentar fazer a obra pelo traçado atual, impetrado por um grupo de empresários que têm negócios às margens da rodovia, foi indeferido pelo Tribunal de Contas da União. Ao mesmo tempo, o projeto foi adequado para atender aos moradores e agricultores da região, e já foi emitida a licença ambiental da obra. Os líderes da comunidade conseguiram ainda o compromisso do DNIT de fazer um projeto de urbanização no trecho da rodovia atual, de onde o movimento será desviado. Os re- presentantes das empresas construtoras responsáveis pelos trechos que incluem o desvio garantem que agora, resolvidas estas pendências, as obras vão ser intensificadas. A previsão para conclusão das obras é final de 2008, ou início de 2009. O desvio vai criar condições para desenvolvimento de uma nova área industrial e residencial em Araranguá.

informativo Sócios da Natureza

Informativo Socioambiental

Tadeu Santos / ONG Sócios da Natureza




11% CULTIVÁVEL - Eis mais um dado preocupante, apenas 11% do planeta é cultivável e mais da metade está ameaçada pela errônea forma de uso do solo, da água e das florestas, que obrigatoriamente tem que produzir para alimentar 6,3 bilhões de pessoas e que em 2020 terá que abastecer 8,2 bilhões de pessoas. A afirmação é do responsável pelo Programa de Meteorologia para a Agricultura da Organização Mundial de Meteorologia - OMM, Mannava Sivakumar, portanto, mais uma vez não é declaração de ambientalista ou de ONG ambiental. No processo de transformação das Áreas de Preservação Permanentes da AMESC em Unidades de Conservação, ouvimos muitas ‘’bobagens’’, como por exemplo, que não tínhamos conhecimento de causa, entre outras reclamações de agricultores e até insinuações de técnicos da EPAGRI. Insistimos que a nossa região já está em processo de desertificação, com conseqüências a curto prazo se não houver uma virada de concepção sobre como cultivar adequadamente as terras do Vale do Araranguá. Os agricultores só pensam em lucro imediato e os técnicos não o contestam. O Pró-Várzea é uma prova do descaso para com a natureza, eliminaram a Mata Atlântica nas planícies e as protetoras matas ciliares das margens dos rios em nome do progresso a qualquer custo. Uma comunidade rural de Meleiro, influenciada por idéias idiotas não concordou na transformação do Morro Albino em Unidade de Conservação (UC), demonstrando com isso que tem intenções de devastação em beneficio próprio, o mesmo discurso que tornou o lado sul da planície da bacia do rio Araranguá numa área ameaçada para o cultivo.

VAMOS TENTAR ESCREVER ‘’AO NOSSO MODO’’ UM POUCO DE HISTÓRIA POLÍTICA DE ARARANGUÁ! (já que parece ninguém estar escrevendo (ou estão?). Se estão melhor ainda, pois haverão versões e interpretações diferenciadas sobre os acontecimentos).
O futuro cenário político de Araranguá está se redesenhando mais uma vez, os partidos políticos que não estão no poder se articulam para ocupar o espaço dos que estão, uma rotina que se repetirá enquanto houver democracia. Atualmente o partido político PP ocupa o poder executivo municipal na pessoa do empresário Mariano Mazzuco, com mandato até 2008. Foi eleito em coligação com o PPS, mas a coligação não funcionou conforme haviam estabelecido. O mandato do Mariano Mazzuco ainda está sendo avaliado pela população, uns o acham muito parado, outros acham que está fazendo uma boa administração, enquanto que outros acham que não está fazendo nada. A atual administração pouco divulga suas ações, diferentemente da anterior que excedia em gastos com propaganda, sendo inclusive criticada por ter um contrato exorbitante com a rádio local. O importante da divulgação não está só em enaltecer o mandato do prefeito, mas para atender um direito do eleitor cidadão de tomar conhecimento da dinâmica pública. Enfim, a propaganda é alma do negócio, porém enfatizamos que gestão pública não é negócio, gestão pública tem que ser gestão pública! As verdadeiras obras não são aquelas de resultado imediato, mas aquelas de longo prazo, como na educação e na saúde. Se prevalecer a tendência estadual o PT se coligará com o PP (do Amin) para enfrentar o PMDB (do LHS), o que certamente refletirá aqui em Araranguá, já que a Senadora Ideli tem forte presença no município com a instalação da UFSC e do CEFET. Existem setores políticos e empresariais que ainda não perceberam a importância de uma universidade ou de uma escola técnica pública no fomento do desenvolvimento de um município ou região. Óbvio que não é o suficiente, é preciso a complementação com outras necessidades básicas, mas no geral entendemos que uma universidade é mais importante que uma indústria (que pode fechar, que pode explorar, que pode poluir...), enquanto que a educação fica nos corações e mentes das pessoas, apontando caminhos para uma vivência digna e ordenada.
Este é o nosso olhar sobre o cenário político de Araranguá, certamente que há outros que divergem do mesmo, mas o que seria do vermelho se não existisse o azul! Afinal vivemos numa democracia e devemos aprender a conviver com as divergências de idéias...


BOLACHA RECHEADA - No sábado pela manhã uma menina aparentando 7 anos entrou na locadora pedindo dinheiro, dizendo que queria comprar algo para comer. Estava com o rosto e as mãos sujas, pedi para que fosse ao banheiro lavar as mãos, quando voltou ofereci uma sacola onde havia pacotes de bolacha doce e salgada, uma maçã e algumas balas. Abriu e reclamou que não havia bala, então peguei as que haviam sobrado e coloquei na sacola. Voltou a mexer na sacola e retirou todas as balas devolvendo a sacola com as bolachas e a maçã, dizendo que não queria, disse a ela que então levasse aos seus irmãozinhos, quando respondeu que eles também não gostavam, só se fosse bolacha recheada!

SEMANA DA HISTÓRIA DA UNESC. Fomos convidados para participar de uma mesa redonda na semana da HISTÓRIA, SOCIEDADE E NATUREZA: O BRASIL NA PERSPECTIVA AMBIENTAL na UNESC a ser realizada em 4/10/07 cuja temática será sobre a COLONIZAÇÃO, AGRICULTURA MINERAÇÃO E IMPACTOS AMBIENTAIS NA HISTÓRIA DA REGIÃO CARBONÍFERA DE SC. Mais outra oportuna atitude da UNESC em democratizar o debate sobre o maior conflito ambiental da região, a exploração, beneficiamento e queima do carvão. Estaremos lá defendendo a integridade do Rio Araranguá e a qualidade do ar que respiramos. Estaremos lá argumentando que desenvolvimento de fato só ocorre numa cidade ou região se houver beneficio econômico a toda a população junto com qualidade de vida (Que contemple o tal de IDH). Nossa concepção socioambiental de uma universidade também é proporcionar aproximação com a sociedade civil organizada, o que a UNESC está sabiamente fazendo. Parabéns!

OBS. No dia 03/09/07, participamos como palestrante do Seminário Regional sobre GESTÃO LOCAL DO TERRITÓRIO: MEIO AMBIENTE, DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE VIDA NO CONTEXTO DO PLANO DIRETOR, realizado em Urussanga. O convite partiu da Professora Romanna Remor, coordenadora da Equipe do Projeto Plano Diretor / FINATEC. Dentre os outros palestrantes, constavam o Dr. Benny Schasberg, do Ministério das Cidades, Dr. Darlan A. Dias, Procurador da Republica de Criciúma, Profa. Terezinha Gonçalves e Prof. Carlyle Menezes da UNESC, Agrônomo Enilto Neubert da EPAGRI, Advogado Ernani Palma Ribeiro, Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá, Eng. Fernando Zancan do SIECESC e o Bacharel Jairo Viana, da FATMA. Abordamos o processo do desvio da Duplicação de Araranguá, uma conquista socioambiental das 49 entidades mais representativas do município e o processo da criação das Unidades de Conservação da AMESC, infelizmente frustradas. Concluindo nossa apresentação abordamos nossa resistência contra a atividade carbonífera, desde a exploração até a queima do carvão mineral na usina Jorge Lacerda em Capivari de Baixo, a instalação da USITESC em Treviso, a Rio Deserto em Maracajá e a afilhada do Governador Luis Henrique, usina de Gaseificação do carvão, que não sairão do papel, mas que renderão votos, muitos votos e muito café no bule. Observamos que agora não são apenas os ambientalistas e as ONGs que estão alertando sobre o aquecimento global, mas a comunidade cientifica mundial e a ONU.

informativo Sócios da Natureza

Informativo Sócios da Natureza
‘’UM OLHAR SOCIOAMBIENTAL’’

Nº 13 Data 22/08/2007.



Fatos recentemente ocorridos no meio araranguaense me fizeram lembrar esta parábola:
COMO NASCE UM PARADIGMA - Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula em cujo centro colocaram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam de pancada. Passado mais algum tempo, nenhum macaco subia a escada, apesar da tentação das bananas. Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que lhe bateram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada. Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo primeiro substituto participado, com entusiasmo, na surra ao novato. Um terceiro foi trocado e repetiu-se o fato. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído. Os cientistas ficaram então com um grupo de cinco macacos que mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a bater naquele que tentasse chegar às bananas. Se fosse possível perguntar a algum deles por que batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: " Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui... " Não percam a oportunidade de passar esta história para os teus amigos para que de vez em quando se questionem por que fazem (ou não fazem) certas coisas neste município ou nesta região ".
Como disse o Einstein ‘’É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito’’

A ENERGIA DA MORTE - Na China a energia elétrica está chegando às casas dos chineses com ‘’sangue’’. Esta semana mais 180 mineiros poderão estar mortos numa mina de carvão – a fonte energética mais poluente do planeta. No ano passado morreram 4.746 mineiros nas minas da China. Aqui na nossa região, no ano de 1984, 32 morreram em Treviso/SC e quantos que morrem com a doença do pulmão negro denominada de pneumoconiose? Todo o custo ambiental e humano para abastecer uma poderosa multinacional que queima o carvão para gerar ‘’comprovadamente’’ uma das energias elétricas mais caras do mundo.

BANCO DO BRASIL - Condomínio Alcebíades Seara ficou durante cinco anos reivindicando a gerência do Banco do Brasil a retirada do ar condicionado que jogava um inconveniente ar quente nos aptos vizinhos, como também produzia um irritante ruído quando estava em funcionamento. Nos meses de março e abril passado trocaram todo o sistema de ar no qual trabalhavam a noite toda e nos finais de semana promovendo barulho sem nenhum respeito aos vizinhos. Considerando que iria melhorar, os vizinhos toleraram a baderna que os operários faziam, só chamando a policia em duas ocasiões em que a situação estava insustentável. Pode parecer inacreditável, mas agora ficou pior, pois o novo motor do ar condicionado funciona dia e noite e pasmem, até nos finais de semana, pra nada, já que não há ninguém no banco.


DESVIO DE FINALIDADE - 199 morreram no acidente da TAM, mas quantos morrem por dia nas estradas brasileiras? A Câmara Federal parece estar trabalhando exclusivamente no previsível acidente de Congonhas, quando coisas mais importantes para o país precisam ser debatidas pelos parlamentares. Já existem órgãos públicos habilitados e capacitados para investigar, como o MP e a Polícia Federal. A mídia oportunista entra na onda e só divulga a tragédia aérea, quando poderia comparar com a sinistra contabilidade de mortos nas esburacadas rodovias brasileiras e cobrar a implantação de ferrovias neste Brasil, por exemplo, mas não o fazem porque choca diretamente com os interesses da Petrobrás, da Good Year e da Mercedes Bez, apenas para citar algumas das companhias que são comprovadamente contrárias as estradas de ferro no Brasil.

SERRA DO FAXINAL - Mais uma vez o Governo Estadual trata com descaso o extremo Sul de SC, prorrogando o início do asfaltamento da Serra do Faxinal, em Praia Grande, a minha querida terra natal que o folclore popular maldosamente a intitulou como a cidade das duas mentiras: não é praia e nem é grande, o que, como praiagrandense nato, me dá o direito de carinhosamente contestar: são três mentiras, porque também não é cidade, mas é a TERRA com os recursos naturais mais lindos e espetaculares do Sul do Brasil, com os exclusivos canyons dos Aparados da Serra. Enfatizo porque entendo ser muito mais conveniente e estratégico a denominação ‘’TERRA DOS CANYONS’’, onde o apelo ecológico é mais forte, mais natural, o que consequentemente atrai muito mais os urbanos das cidades. O desenvolvimento do município de Praia Grande está intrinsecamente dependente da parte superior dos canyons e vice-versa, portanto a ligação entre ambos precisa ser de qualidade, confortável e segura, para que o turista tenha oportunidade de apreciar e curtir o cenário cinematográfico. Um adequado Plano Diretor elaborado com o inovador Estatuto das Cidades proporcionará condições para um projeto de desenvolvimento... que passa pela Serra do Faxinal, já que na parte superior (onde é Parque!) não é permitida a construção de pousadas e hotéis, por exemplo. Esta promessa do atual governo de iniciar somente no próximo ano é assustadora e angustiante!

AS PONTES DE CÁ... - A catástrofe da ponte de Minneapolis é uma adversão. Mais de 160.000 pontes nos EUA correm risco de desabamento. As estradas de longas distâncias, túneis e diques estão em tão más condições, que engenheiros, há muito tempo, dão alarme, até o momento, em vão. Este paragrafo dá inicio ao texto de Marc Pitzke, New York (www.reforme.com.br). Aqui no Brasil não é muito diferente, há pouco tempo a ponte da BR-101 sobre o Rio Urussanga caiu. Estaria a nossa ponte da BR-101, com o excessivo tráfego de cargas pesadas, em estado satisfatório? Tem sido vistoriada e avaliada pelos técnicos do DNIT?

OBS. - A energia desperdiçada no Brasil equivale à geração de cinco usinas nucleares, com um total de 1.400MW, devido ao predatório consumo da energia, causado principalmente pelo uso de máquinas antigas e motores ultrapassados, lâmpadas obsoletas, usinas sem adequada manutenção, iluminação urbana descontrolada e precárias redes de transmissão.

UM OLHAR SOCIOAMBIENTAL

UM OLHAR SOCIOAMBIENTAL

Mitt foto
Araranguá, Sul de SC, Brazil
Nascido em 22/07/1951, em Praia Grande/SC, na beira do rio Mampituba, próximo às encostas dos Aparados da Serra, portanto embaixo do Itaimbezinho, o maior cânion da América do Sul, contudo, orgulha-se de haver recebido em 2004, o Título de Cidadão Araranguaense. Residiu em Fpolis onde exerceu por dez anos a função de projetista de edificações e realizou o documentário em Super 8 sobre as eleições pra governador em 1982, onde consta em livro sobre a história do Cinema de SC. Casado, pai de dois filhos (um formado em Cinema e outro em História) reside em Araranguá. Instalou uma das primeiras locadoras de vídeo do estado. Foi um incansável Vídeomaker e Fotógrafo. Fã de Cinema sempre. Ativista ambiental da ONG Sócios da Natureza (Onde assumiu a primeira presidência do Comitê da bacia hidrográfica do rio Araranguá – na época um fato inédito no ambientalismo). É um dos autores do livro MEMÓRIA E CULTURA DO CARVÃO EM SANTA CATARINA: Impactos sociais e ambientais. www.vamerlattis.blogspot.com