2007-11-25

informativo Sócios da Natureza

Informativo Socioambiental

Tadeu Santos / ONG Sócios da Natureza




11% CULTIVÁVEL - Eis mais um dado preocupante, apenas 11% do planeta é cultivável e mais da metade está ameaçada pela errônea forma de uso do solo, da água e das florestas, que obrigatoriamente tem que produzir para alimentar 6,3 bilhões de pessoas e que em 2020 terá que abastecer 8,2 bilhões de pessoas. A afirmação é do responsável pelo Programa de Meteorologia para a Agricultura da Organização Mundial de Meteorologia - OMM, Mannava Sivakumar, portanto, mais uma vez não é declaração de ambientalista ou de ONG ambiental. No processo de transformação das Áreas de Preservação Permanentes da AMESC em Unidades de Conservação, ouvimos muitas ‘’bobagens’’, como por exemplo, que não tínhamos conhecimento de causa, entre outras reclamações de agricultores e até insinuações de técnicos da EPAGRI. Insistimos que a nossa região já está em processo de desertificação, com conseqüências a curto prazo se não houver uma virada de concepção sobre como cultivar adequadamente as terras do Vale do Araranguá. Os agricultores só pensam em lucro imediato e os técnicos não o contestam. O Pró-Várzea é uma prova do descaso para com a natureza, eliminaram a Mata Atlântica nas planícies e as protetoras matas ciliares das margens dos rios em nome do progresso a qualquer custo. Uma comunidade rural de Meleiro, influenciada por idéias idiotas não concordou na transformação do Morro Albino em Unidade de Conservação (UC), demonstrando com isso que tem intenções de devastação em beneficio próprio, o mesmo discurso que tornou o lado sul da planície da bacia do rio Araranguá numa área ameaçada para o cultivo.

VAMOS TENTAR ESCREVER ‘’AO NOSSO MODO’’ UM POUCO DE HISTÓRIA POLÍTICA DE ARARANGUÁ! (já que parece ninguém estar escrevendo (ou estão?). Se estão melhor ainda, pois haverão versões e interpretações diferenciadas sobre os acontecimentos).
O futuro cenário político de Araranguá está se redesenhando mais uma vez, os partidos políticos que não estão no poder se articulam para ocupar o espaço dos que estão, uma rotina que se repetirá enquanto houver democracia. Atualmente o partido político PP ocupa o poder executivo municipal na pessoa do empresário Mariano Mazzuco, com mandato até 2008. Foi eleito em coligação com o PPS, mas a coligação não funcionou conforme haviam estabelecido. O mandato do Mariano Mazzuco ainda está sendo avaliado pela população, uns o acham muito parado, outros acham que está fazendo uma boa administração, enquanto que outros acham que não está fazendo nada. A atual administração pouco divulga suas ações, diferentemente da anterior que excedia em gastos com propaganda, sendo inclusive criticada por ter um contrato exorbitante com a rádio local. O importante da divulgação não está só em enaltecer o mandato do prefeito, mas para atender um direito do eleitor cidadão de tomar conhecimento da dinâmica pública. Enfim, a propaganda é alma do negócio, porém enfatizamos que gestão pública não é negócio, gestão pública tem que ser gestão pública! As verdadeiras obras não são aquelas de resultado imediato, mas aquelas de longo prazo, como na educação e na saúde. Se prevalecer a tendência estadual o PT se coligará com o PP (do Amin) para enfrentar o PMDB (do LHS), o que certamente refletirá aqui em Araranguá, já que a Senadora Ideli tem forte presença no município com a instalação da UFSC e do CEFET. Existem setores políticos e empresariais que ainda não perceberam a importância de uma universidade ou de uma escola técnica pública no fomento do desenvolvimento de um município ou região. Óbvio que não é o suficiente, é preciso a complementação com outras necessidades básicas, mas no geral entendemos que uma universidade é mais importante que uma indústria (que pode fechar, que pode explorar, que pode poluir...), enquanto que a educação fica nos corações e mentes das pessoas, apontando caminhos para uma vivência digna e ordenada.
Este é o nosso olhar sobre o cenário político de Araranguá, certamente que há outros que divergem do mesmo, mas o que seria do vermelho se não existisse o azul! Afinal vivemos numa democracia e devemos aprender a conviver com as divergências de idéias...


BOLACHA RECHEADA - No sábado pela manhã uma menina aparentando 7 anos entrou na locadora pedindo dinheiro, dizendo que queria comprar algo para comer. Estava com o rosto e as mãos sujas, pedi para que fosse ao banheiro lavar as mãos, quando voltou ofereci uma sacola onde havia pacotes de bolacha doce e salgada, uma maçã e algumas balas. Abriu e reclamou que não havia bala, então peguei as que haviam sobrado e coloquei na sacola. Voltou a mexer na sacola e retirou todas as balas devolvendo a sacola com as bolachas e a maçã, dizendo que não queria, disse a ela que então levasse aos seus irmãozinhos, quando respondeu que eles também não gostavam, só se fosse bolacha recheada!

SEMANA DA HISTÓRIA DA UNESC. Fomos convidados para participar de uma mesa redonda na semana da HISTÓRIA, SOCIEDADE E NATUREZA: O BRASIL NA PERSPECTIVA AMBIENTAL na UNESC a ser realizada em 4/10/07 cuja temática será sobre a COLONIZAÇÃO, AGRICULTURA MINERAÇÃO E IMPACTOS AMBIENTAIS NA HISTÓRIA DA REGIÃO CARBONÍFERA DE SC. Mais outra oportuna atitude da UNESC em democratizar o debate sobre o maior conflito ambiental da região, a exploração, beneficiamento e queima do carvão. Estaremos lá defendendo a integridade do Rio Araranguá e a qualidade do ar que respiramos. Estaremos lá argumentando que desenvolvimento de fato só ocorre numa cidade ou região se houver beneficio econômico a toda a população junto com qualidade de vida (Que contemple o tal de IDH). Nossa concepção socioambiental de uma universidade também é proporcionar aproximação com a sociedade civil organizada, o que a UNESC está sabiamente fazendo. Parabéns!

OBS. No dia 03/09/07, participamos como palestrante do Seminário Regional sobre GESTÃO LOCAL DO TERRITÓRIO: MEIO AMBIENTE, DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE VIDA NO CONTEXTO DO PLANO DIRETOR, realizado em Urussanga. O convite partiu da Professora Romanna Remor, coordenadora da Equipe do Projeto Plano Diretor / FINATEC. Dentre os outros palestrantes, constavam o Dr. Benny Schasberg, do Ministério das Cidades, Dr. Darlan A. Dias, Procurador da Republica de Criciúma, Profa. Terezinha Gonçalves e Prof. Carlyle Menezes da UNESC, Agrônomo Enilto Neubert da EPAGRI, Advogado Ernani Palma Ribeiro, Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá, Eng. Fernando Zancan do SIECESC e o Bacharel Jairo Viana, da FATMA. Abordamos o processo do desvio da Duplicação de Araranguá, uma conquista socioambiental das 49 entidades mais representativas do município e o processo da criação das Unidades de Conservação da AMESC, infelizmente frustradas. Concluindo nossa apresentação abordamos nossa resistência contra a atividade carbonífera, desde a exploração até a queima do carvão mineral na usina Jorge Lacerda em Capivari de Baixo, a instalação da USITESC em Treviso, a Rio Deserto em Maracajá e a afilhada do Governador Luis Henrique, usina de Gaseificação do carvão, que não sairão do papel, mas que renderão votos, muitos votos e muito café no bule. Observamos que agora não são apenas os ambientalistas e as ONGs que estão alertando sobre o aquecimento global, mas a comunidade cientifica mundial e a ONU.

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UM OLHAR SOCIOAMBIENTAL

UM OLHAR SOCIOAMBIENTAL

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Araranguá, Sul de SC, Brazil
Nascido em 22/07/1951, em Praia Grande/SC, na beira do rio Mampituba, próximo às encostas dos Aparados da Serra, portanto embaixo do Itaimbezinho, o maior cânion da América do Sul, contudo, orgulha-se de haver recebido em 2004, o Título de Cidadão Araranguaense. Residiu em Fpolis onde exerceu por dez anos a função de projetista de edificações e realizou o documentário em Super 8 sobre as eleições pra governador em 1982, onde consta em livro sobre a história do Cinema de SC. Casado, pai de dois filhos (um formado em Cinema e outro em História) reside em Araranguá. Instalou uma das primeiras locadoras de vídeo do estado. Foi um incansável Vídeomaker e Fotógrafo. Fã de Cinema sempre. Ativista ambiental da ONG Sócios da Natureza (Onde assumiu a primeira presidência do Comitê da bacia hidrográfica do rio Araranguá – na época um fato inédito no ambientalismo). É um dos autores do livro MEMÓRIA E CULTURA DO CARVÃO EM SANTA CATARINA: Impactos sociais e ambientais. www.vamerlattis.blogspot.com