2007-11-25

DEPÓSITO DO LIXO DE ARARANGUÁ

DEPÓSITO DO LIXO DE ARARANGUÁ
(ATERRO SANITÁRIO)






Antes de entrar no mérito da questão ambiental, os depósitos de lixo / aterros sanitários conhecidos por lixões, são locais insuportáveis, pois produzem um mau cheiro de podridão, realmente horrível e indescritível, portanto insustentável para as pessoas que precisam trabalhar na atividade de catar diariamente os resíduos que não mais interessam ao consumo humano. Devemos reconhecer que a tarefa dos catadores é uma das atividades humanas mais degradantes, inclusive mais que a mineração subterrânea do carvão em termos de qualidade de vida. Nos 30 minutos que tivemos que ficar para registrar a situação do depósito / aterro sanitário e as condições subumanas dos 28 trabalhadores, minha roupa ficou impregnada com o cheiro do fedorento chorume e o carro ficou cheio de moscas. Ao olhar uma foto ou filmagem de um depósito de lixo, não dá para perceber o que é realmente podridão porque as fotos ‘’ainda’’ não transmitem odor (e nem dor). Estudos médicos alertam sobre o altíssimo risco de transmissão de doenças através da água contaminada, mas principalmente através das moscas, mosquitos, baratas, ratos, entre outras formas. O Estado pouco investe nesta área (prefere asfaltamento, dá mais ibope e voto), as administrações mais conscientes estão investindo em usinas de reciclagem, processo que evita a existência de lixões, portanto acaba com esta humilhação humana.

Realmente o alerta da advogada ambientalista Ana C. Echevenguá (VIDAVERDE) sobre o lixão de Araranguá é procedente, pois o mesmo pode até possuir o licenciamento da FATMA, mas não é porque é lixo que deve ser tratado como ‘’lixo’’, já que o descaso é perceptível. Confessamos que não nos preocupávamos com a questão do lixo, até porque havia uma intensa propaganda sobre o mesmo, mas de forma positiva, quando na verdade não é positiva, pelo contrario, é negativa. No momento da entrevista com a Rádio Difusora, de Içara, ainda não tínhamos conhecimento da gravidade do problema, foi somente quando chegamos ao local que constatamos não só a necessidade de reunir a comunidade de entorno afetada diretamente pelo mau cheiro, pelas moscas e outros malefícios que aquele antro de doenças pode comprometer a saúde pública, mas de levar a denúncia ao Ministério Público da Comarca de Araranguá, que na entrevista declarou não ter conhecimento do problema.

Na próxima semana protocolaremos ofício à administração municipal solicitando urgentemente algumas providências até a instalação de uma Usina de Reciclagem no município e ao Ministério Público para que de mais atenção ao lixão / aterro sanitário, como:

· Fechar toda a área com muro (no mínimo com dois metros de altura). O local está muito próximo da Lagoa do Caverá e do remanescente da Mata Atlântica do Fundo Grande que será transformado em uma Unidade de conservação (SNUC).
· Construir urgentemente instalações sanitárias (wc e chuveiro).
· Fornecer vestimenta adequada aos catadores (botas, luvas, máscara e etc)
· Tubulação adequada para levar o perigoso chorume às bacias de decantação, que também precisam de reparos.
· Providências para reduzir o mau cheiro (a vizinhança está reclamando!).
· Ampliar a área de forma organizada, obedecendo ao projeto e a legislação.
· Laudo sobre a existência de algum lençol freático local.
· Instalação em locais estratégicos de placas informativas sobre os perigos provocados pela decomposição dos resíduos.
· Promover debate sobre os benefícios da reciclagem do lixo e uma campanha para a população aderir este hábito desde as suas residências, comércio e indústria.
· Justificar a utilização do espaço pelas prefeituras dos municípios de Arroio do Silva e Meleiro.

OBS. A Comunidade rural de Santa Libera, em Forquihinha, tem toda razão em reclamar do lixão que está instalado nos fundos do terreno do IPAT / UNESC, pois sabem que a saúde das suas crianças, jovens e adultos está sendo afetada e prejudicada.






Tadeu Santos
Sócios da Natureza
Araranguá /SC






Sócios da Natureza – ONG Fundada em 1980.
(PRÊMIO FRITZ MULLER 1985)


’’ TRABALHANDO EXCLUSIVAMENTE DE FORMA VOLUNTÁRIA
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SEMPRE BUSCANDO OBJETIVOS DE INTERESSE COLETIVO ’’

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UM OLHAR SOCIOAMBIENTAL

UM OLHAR SOCIOAMBIENTAL

Mitt foto
Araranguá, Sul de SC, Brazil
Nascido em 22/07/1951, em Praia Grande/SC, na beira do rio Mampituba, próximo às encostas dos Aparados da Serra, portanto embaixo do Itaimbezinho, o maior cânion da América do Sul, contudo, orgulha-se de haver recebido em 2004, o Título de Cidadão Araranguaense. Residiu em Fpolis onde exerceu por dez anos a função de projetista de edificações e realizou o documentário em Super 8 sobre as eleições pra governador em 1982, onde consta em livro sobre a história do Cinema de SC. Casado, pai de dois filhos (um formado em Cinema e outro em História) reside em Araranguá. Instalou uma das primeiras locadoras de vídeo do estado. Foi um incansável Vídeomaker e Fotógrafo. Fã de Cinema sempre. Ativista ambiental da ONG Sócios da Natureza (Onde assumiu a primeira presidência do Comitê da bacia hidrográfica do rio Araranguá – na época um fato inédito no ambientalismo). É um dos autores do livro MEMÓRIA E CULTURA DO CARVÃO EM SANTA CATARINA: Impactos sociais e ambientais. www.vamerlattis.blogspot.com